Grupo Mota Engil passa de lucro a prejuízo em 2020
A Mota Engil fechou 2020 com prejuízos de 20 milhões de euros e uma quebra de 17% no volume de negócios, para 2.429 milhões de euros, divulgou hoje ao mercado. Em 2019 a empresa obteve lucros de 27 milhões.
Segundo a empresa, para o resultado líquido negativo de 20 milhões de euros “pesou o registo de 30 milhões de euros contabilizados como provisões directamente relacionadas com o risco de acautelar os efeitos negativos” provocados pela pandemia de covid-19. A este valor acrescem 10 milhões de euros de uma provisão extraordinária.
A informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) refere que o resultado operacional desceu 23% em termos homólogos para 144 milhões de euros em 2020.
A Mota-Engil destaca que a pandemia de covid-19 teve um impacto negativo no EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que se ficou pelos 380 milhões de euros, uma quebra de 9% relativamente a 2019 (417 milhões).
Sublinha que a pandemia penalizou os resultados do ano passado, mas diz que, mesmo assim, a carteira de encomendas atingiu um “valor recorde na história do grupo” de 6.052 milhões de euros (não inclui o projecto ganho em Janeiro na Nigéria de 1.820 milhões de dólares).
Polónia: o mercado onde mais cresceu (65%)
Associado ao crescimento da carteira de encomendas “verifica-se o aumento da dimensão média dos contratos celebrados, tendo a Mota-Engil celebrado neste período três dos quatro maiores contratos da sua história de 75 anos como são os casos dos projectos ferroviários de Kano-Maradi (Nigéria) e Tren Maya (México) e a reabilitação da Estrada Accra-Tema (Gana)”, destaca.
A empresa diz ainda que estes contratos conferem “um suporte robusto para a recuperação da atividade e retoma do crescimento a partir de 2021 e nos anos seguintes”.
Relativamente ao desempenho por região, a Mota-Engil sublinha o crescimento de 8% do volume de negócios na Europa (para 1.046 milhões de euros), suportado pelo crescimento significativo da actividade na Polónia (+65%), o mercado que teve o maior crescimento em 2020.
Lusa/DI