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Fechar o ano com mais de três mil milhões de investimento

 

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Fechar o ano com mais de três mil milhões de investimento

 

Fechar o ano com mais de três mil milhões de investimento

26 de dezembro de 2018

2018 deve fechar com o investimento recorde de três mil milhões de euros. O ano em que se irão superar todas as barreiras. Segundo as consultoras imobiliárias, o mercado imobiliário nunca esteve tão dinâmico e o país tão atrativo.

Pedro Lancastre, Diretor geral da JLL Portugal, garante que este será certamente um novo ano de recordes quer nos mercados ocupacionais quer no investimento. Nos escritórios, a ocupação deve continuar a seguir a curva de crescimento iniciada em 2013, com uma variação média anual em torno dos 15 a 20%. “No retalho, estamos perante um segmento de grande maturidade, com a atividade imobiliária a gerar-se sobretudo no comércio de rua e o ritmo de aberturas em Lisboa e Porto a dever manter-se nivelado com o ano passado. Na habitação, estamos perante um ano de novo crescimento, com um possível aumento de 20% na venda de casas e também de forte subida nos preços”, admite.

Quanto ao investimento, o tão falado patamar dos 3.000 milhões de euros será certamente superado, tendo em conta o tipo de operações que têm sido realizadas no mercado  e também o facto de existirem mais investidores (quer em número quer em origem) ativos nas aquisições.

Francisco Horta e Costa, Diretor geral da CBRE , reforça que há uma procura muito forte de empresas a quererem instalar-se ou expandir em Portugal, o que faz com que os investidores tenham uma perceção de risco-país mais baixa e por isso queiram investir mais em Portugal. O responsável também confirma que o volume de investimento irá provavelmente situar-se nos 3 mil milhões de euros, um crescimento superior a 50% quando comparado com o ano anterior.

Além dos setores já referidos, Horta e Costa revela que se verificou uma atividade forte de transações de hotéis com vários investidores a procurar investir neste sector, quer em hotéis de cidade, quer em resorts. “2018 foi também o ano em que vimos as primeiras residências de estudantes a abrirem, sendo este um segmento muito procurado por promotores e investidores. Verificou-se uma forte procura de terrenos para o desenvolvimento de projetos de primeira e segunda habitação e também turísticos. As yields bateram recordes e atingiram os valores mais baixos de sempre”, admite.

Eric van Leuven, Executive Partner e responsável pela Cushman & Wakefield (C&W) em Portugal, salienta ainda o papel que as seguradoras nesta ano no mercado imobiliário. Estas estiveram muito ativas como vendedores – depois da venda do portfolio da companhia de seguros Tranquilidade em 2017, seguiram-se este ano o da Fidelidade e da Açoreana. Também, a banca começou este ano a colocar dezenas de portfolios de NPLs (non-performing loans – ou de crédito malparado) e REOs (real estate owned – imobiliário no balanço do banco), de forma generalizada e mais organizada. Refere ainda “o setor de centros comerciais que consolidou ao longo dos últimos anos, mas os bons centros continuam a com lista de espera de lojistas para entrar. O retalho de rua está pujante graças ao aumento do consumo e do turismo, nomeadamente o setor de restauração”.

Entre os pontos positivos deste ano, Pedro Lancastre aponta a vitalidade da economia e a crescente projeção do país na área tecnológica, de turismo e na educação, uma conjugação que favorece muito o mercado de imobiliário, quer para a ocupação de escritórios, quer para venda de casas e até o surgimento de novos conceitos como o co-living e o co-working, e residências de estudantes.

Francisco Horta e Costa, refere o facto de Portugal se encontrar no radar das empresas internacionais, das start-up’s, das insígnias/marcas, dos hoteleiros, dos promotores e dos investidores, como nunca antes visto.

Leis estão a travar o mercado

Nos pontos negativos, Eric van Leuven, acusa a ação governativa. “Parece que nos últimos meses a ‘Geringonça’ se empenhou a fundo para afastar os investidores, nomeadamente os que adquirem imóveis de habitação para arrendamento:  através do prolongamento da proteção dos inquilinos, do aumento da taxa AIMI, do período mínimo obrigatório de contrato, das alterações do direito de preferência – o governo que alega que o mercado de arrendamento é uma das suas maiores preocupações faz tudo para o hostilizar!”. O Diretor da JLL indica também as alterações legais, às vezes realizadas de forma pouco sustentada e a falta de nova oferta no mercado e o enorme constrangimento na morosidade nos processos de licenciamento, assim como o aumento acentuado dos preços da construção devido à falta de empresas de construção e de mão-de-obra.

O responsável da CBRE refere também as alterações à lei do Alojamento Local, com a criação das zonas de contenção, que irá travar a reabilitação nos bairros históricos da cidade, uma vez que são zonas que não servem para primeira habitação e irão continuar a degradar-se.

2019 ainda bastante ativo

Para 2019, as expetativas dos especialistas são animadoras. Francisco Horta e Costa acredita que se irá assistir a um mercado ainda bastante ativo, quer por parte de ocupantes, quer por parte de investidores. “Vamos assistir ao início de projetos de promoção de habitação com preços a rondar os 3.000 euros/m2, mais acessíveis ao poder de compra dos portugueses”, admite.

O responsável da Cushman & Wakefield, refere também que o aumento moderado das taxas de juros não terá efeitos significativos sobre o interesse dos investidores no imobiliário português. Assistiremos ainda a um aumento de investimento em ativos chamados ‘alternativos’, como hotéis e residências para estudantes.

Já Pedro Lancastre admite que em 2019, no investimento, poderemos ter um ano novamente forte, porque além dos players já ativos no mercado, há a possibilidade de se criar um novo veículo – os tão noticiados REITs – para o investimento, que poderá captar um volume de capitais muito interessante para o setor.

*Texto publicado na edição em papel  do Diário Imobiliário no Jornal Económico. Escrito com o novo Acordo Ortográfico