Mercado de escritórios a nível mundial só recuperará em 2024 e 2025
O mercado de escritórios a nível mundial vai ser “fortemente afectado” pela recessão causada pela pandemia e pela tendência do trabalho remoto, e o sector só recuperará totalmente em 2024 e 2025, consoante a região.
De acordo com o estudo elaborado pela consultora imobiliária Cushman & Wakefield, a primeira edição do “Global Office Impact Study” realça que o mercado imobiliário em todo o mundo “começará a melhorar em 2022 e irá recuperar totalmente dois a três anos depois, dependendo da região”.
O relatório refere ainda que a total recuperação prevista “é consistente com o que foi observado na crise financeira de 2008”, apenas com um “ligeiro atraso” devido à tendência do teletrabalho.
O economista chefe e director global de investigação da Cushman & Wakefield, Kevin Thorpe, explicou que a consultora imobiliária, com este trabalho, quis responder à questão fundamental: “Qual o futuro do escritório?”.
Neste âmbito examinou o impacto agregado de um conjunto de fatores, tais como o desemprego, taxas de disponibilidade, rendas, características geográficas e a expansão do trabalho remoto, com o objectivo de estabelecer cenários futuros, que, de acordo com as previsões da Cushman & Wakefield, apontam para “a total recuperação deste mercado”.
No entanto, Thorpe reconhece que todos os mercados têm “especificidades locais”, pelo que “nem todos terão o mesmo padrão de recuperação”.
O relatório assume a total recuperação da economia e do emprego no primeiro trimestre de 2022, o que levará ao aumento da procura de escritórios, bem como das rendas praticadas.
Em 2025, a taxa de disponibilidade global de escritórios deverá alcançar os níveis pré-crise de 11% aproximadamente, bem como os valores do arrendamento, prevê o relatório.
Para a directora global de previsões da Cushman & Wakefield, Rebecca Rockey, “mesmo que a tendência do teletrabalho abrande a recuperação do mercado de escritórios, o crescimento generalizado de empregos baseados em escritórios, juntamente com outros fatores como a cultura corporativa e a produtividade, indicam que o escritório continuará a representar um papel importante na economia no futuro”.
Este relatório, que foi desenvolvido pelo Global Think Tank da consultora, composto por uma equipa de investigadores e economistas de todo o mundo, analisa as mudanças cíclicas e estruturais que têm impacto no mercado global de escritórios, assim como as suas implicações para a recuperação.
O “Global Office Impact Study 2020” é o primeiro de quatro relatórios que fornecerão uma nova perspetiva em relação ao futuro dos escritórios, e o papel que terão num ambiente pós-pandemia.
LUSA/DI