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Edifícios de escritórios com certificações ambientais registam rendas mais elevadas

16 de dezembro de 2021

Edifícios de escritórios com certificações ambientais registam rendas mais elevadas e taxas de disponibilidade menores, revela estudo da consultora CBRE. 

O estudo ‘Is sustainability certification in Real Estate worth it? analisa a evolução da oferta de escritórios e da ocupação aos longo dos últimos cinco anos, em 15 cidades europeias, incluindo Lisboa, compreendendo um total de 128 milhões de metros quadrados. Foram considerados edifícios com as certificações BREEAM, LEED e WELL, assim como HQE, específica de França. O estudo procura ainda responder à seguinte questão: terão os edifícios certificados características distintas de desempenho – ocupação, renda e disponibilidade – diferentes das de edifícios não certificados?

De uma forma geral, os benefícios dos edifícios sustentáveis estão associados a quatro categorias: impacto ambiental positivo, através da redução de resíduos e emissões de gases de efeito estufa (GHG) em todo o ciclo de vida do edifício; redução de custos, através do menor consumo de água e energia assim como menores custos de operação e manutenção; maior conforto, bem-estar e produtividade resultantes de melhor qualidade ambiental; e melhoria da reputação corporativa resultante do compromisso com os requisitos de sustentabilidade corporativa.

Aumento do edificado de escritórios com certificações

No conjunto de cidades analisadas, verificou-se que, nos últimos cinco anos, a área em edifícios de escritórios com certificações aumentou mais rapidamente que o total da oferta existente, sendo que em alguns mercados por uma margem ampla.

Mesmo em mercados onde existiu uma contração do edificado de escritórios, como é o caso de Lisboa e Copenhaga, verificou-se um aumento considerável na oferta de escritórios certificados. Em Lisboa, o peso da oferta de escritórios com certificados no edificado total aumentou para 2,9% no final do primeiro semestre de 2021 em comparação com apenas 0,3% em 2016.

Maior peso na ocupação de escritórios com certificações

O estudo confirmou que o peso da ocupação em edifícios certificados relativamente à ocupação total aumentou para 31% na primeira metade de 2021 em comparação com apenas 24% em 2016. Apesar da tendência ser clara, não é o resultado de um crescimento linear, tendo-se verificado grandes variações em alguns mercados. Em Lisboa, 10,2% da área ocupada nos primeiros seis meses do ano foi em edifícios certificados. Esta tendência de crescimento deverá consolidar-se à medida que surgem novos projetos de construção.

Redução da disponibilidade

Verificou-se também uma menor taxa de disponibilidade em edifícios certificados. Em 2020, devido à pandemia, registou-se um aumento generalizado da taxa de disponibilidade, incluindo em edifícios certificados. No entanto, com a recuperação dos mercados após a pandemia, a taxa de disponibilidade em edifícios certificados está novamente a descer, contrariamente a edifícios não certificados.

A tendência geral mostra que os edifícios certificados registam taxas de disponibilidade mais baixas do que o mercado em geral. No caso de Lisboa, no final de junho verificou-se uma diferença de 5,9 p.b. entre a taxa de disponibilidade em edifícios certificados (1,6%) e o mercado em geral (7,5%).

No futuro, os fundamentais de mercado e a agenda ESG poderão resultar num aumento da disparidade entre da taxa de disponibilidade em edifícios certificados e não certificados.

Aumento das rendas

No que diz respeito às rendas, concluiu-se que os edifícios certificados têm um prémio entre 13 e 29%, num período de cinco anos, relativamente aos edifícios não certificados, consoante os mercados, sendo a média de 21%.

Valorização dos imóveis

Regra geral, os certificados de sustentabilidade têm um impacto fundamental nas características de um edifício e, portanto, também maior influência no seu valor. No entanto, podemos argumentar se é a certificação por si só ou as características únicas que o edifício atingiu durante a certificação ou mesmo a sua localização que têm maior impacto na valorização do edifício.