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Engenheiros civis insatisfeitos com a profissão em Portugal

 

Engenheiros civis insatisfeitos com a profissão em Portugal

11 de março de 2015

As conclusões são do “1º Barómetro da Engenharia”, desenvolvido pela Ordem dos Engenheiros – Região Norte (OERN), e que auscultou 100 engenheiros civis com idades entre os 30 e os 55 anos, todos a trabalhar no nosso país. Face ao aumento do desemprego e atendendo à diminuição da procura dos cursos de engenharia civil – que registou os piores números em 2014 com dois terços das vagas a ficarem vazias – a OERN procurou medir o grau de satisfação destes engenheiros em relação à formação recebida e ao exercício da profissão em Portugal.

Numa escala de 1 a 4 (em que 1 é “mau” e 4 é “excelente”), a maioria dos inquiridos deu nota negativa à actual situação da engenharia civil. 76 por cento avaliou como “mau” ou “suficiente” o estado do exercício da profissão em Portugal. Apenas 5 por cento mantém uma opinião optimista sobre a actual realidade da engenharia civil, atribuindo a classificação “excelente”. A insatisfação estende-se também às condições salariais destes profissionais, sendo que apenas 40 por cento admite estar satisfeito com o salário auferido. De registar que, dos 100 engenheiros inquiridos, 75 por cento recebe um salário mensal bruto entre os 1000 e os 3000 euros. Ainda de acordo com o Barómetro, apenas 17 por cento recebe menos de 1000 euros brutos por mês.

Maioria dos engenheiros não pondera emigrar

Apesar da insatisfação, a emigração é um cenário fora do horizonte do painel de engenheiros que participou no barómetro. Quando questionados sobre a possibilidade de saída do país, nos próximos três anos, apenas 37 por cento respondeu afirmativamente, enquanto os restantes 63 por cento quer continuar a trabalhar em Portugal. A emigração é uma realidade assumida, sobretudo, pelos engenheiros mais jovens: entre os que responderam “sim”, 86 por cento está na faixa etária dos 30 anos.

Portugal tem, neste momento, 20 cursos de engenharia civil e outra das questões levantadas face à crescente diminuição da procura prende-se com a quantidade/qualidade desta oferta formativa. A verdade é que para o painel de engenheiros civis, o ensino é de qualidade e a maioria (72 por cento) considera que a formação académica recebida se ajusta plenamente às exigências do mercado. Apenas 28 por cento tem uma opinião contrária.

Atendendo às conclusões da 1ª edição do “Barómetro da Engenharia”, Fernando de Almeida Santos, Presidente da OERN, considera que “a insatisfação registada era expectável, uma vez que falamos de uma das áreas da engenharia que mais tem sofrido com a retracção económica e consequente diminuição do investimento público ao nível da construção”. No entanto, acredita que com o “Plano Estratégico dos Transportes e Infra-estruturas, já anunciado pelo Governo, e o Quadro Comunitário 2014-2020, a construção vai certamente voltar a atingir valores de produção normal”.

Com este Barómetro, composto por quatro questões de resposta fechada e de edição trimestral, a OERN quer lançar o debate e a reflexão sobre algumas das questões que mais afectam os profissionais de engenharia no nosso país, assumindo-se ainda como instrumento de análise sobre a evolução da engenharia e do seu papel ao nível do desenvolvimento tecnológico, económico e social.