



Credores aprovam recuperação da construtora Irmãos Cavaco
O plano de recuperação da construtora Irmãos Cavaco, que prevê o pagamento de todas as dívidas no prazo de 15 anos, foi aprovado por 70,5% dos credores, disse hoje o administrador judicial da empresa, Francisco Duarte.
O documento apresentado pela administração da empresa de Santa Maria da Feira já tinha obtido os votos favoráveis de 56,1% dos credores presentes na assembleia, que decorreu no passado dia 19 de Abril.
A estes juntam-se agora os votos favoráveis de quatro dos seis credores que tinham manifestado intenção de votar por escrito, nomeadamente a Caixa Geral de Depósitos, BIC, Segurança Social e Parvalorem, segundo Francisco Duarte.
De acordo com o mesmo responsável, 70,5% dos credores votaram a favor do plano, que obteve assim os dois terços necessários para ser aprovado.
Entre os credores que votaram contra estão o BCP e o Santander Totta - dois dos principais credores - e as Finanças.
O plano agora aprovado prevê o pagamento das dívidas aos credores comuns, nomeadamente bancos, fornecedores e prestadores de serviços em 15 anos, com um período de carência de quatro anos, enquanto os créditos laborais serão pagos em 138 prestações mensais.
A administração da construtora sustentava que a aprovação do plano era "claramente mais vantajosa", considerando que num cenário de liquidação e venda dos activos, os credores comuns receberiam "uma percentagem reduzida, senão mesmo nula, dos seus créditos".
Fundada há 40 anos, a empresa que se especializou em obras hidráulicas, foi oficialmente declarada insolvente em Agosto de 2016, depois de o Supremo Tribunal de Justiça ter revogado o segundo Processo Especial de Revitalização, que estava em curso desde 2015.
Nos últimos anos, a empresa levou a cabo um despedimento colectivo com vista a ajustar o número de trabalhadores à sua nova realidade
De acordo com a lista de credores reconhecidos elaborada pelo administrador judicial, a Irmãos Cavaco tem dívidas de 81,6 milhões de euros distribuídas por cerca de 800 credores.
A banca detém quase metade da dívida. O maior credor é o Novo Banco, que reclama uma dívida de 19,6 milhões de euros. Seguem-se o BCP (7,1 milhões de euros), o Santander Totta (7,1 milhões de euros) e a Caixa Geral de Depósitos (3,3 milhões de euros).
A empresa deve ainda 1,9 milhões de euros à Segurança Social e 766 mil euros ao Estado.
Lusa/DI