Covid-19: APED defende novas soluções temporárias para rendas em centros comerciais
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) defendeu hoje a criação de “novas soluções temporárias” para as rendas das lojas em centros comerciais que permitam um “equilíbrio entre senhorios e arrendatários” durante a pandemia.
Em comunicado, a APED diz ter vindo a defender junto do Governo e da Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) a “necessidade de encontrar soluções que tenham em conta moratórias, renegociação de contratos e equilíbrio face à diminuição de facturação” dos lojistas.
“No actual contexto político é crucial que os partidos com assento na Assembleia da República tenham consciência clara dos desafios que o retalho especializado atravessa e de que o tema das rendas nos centros comerciais é crucial para a sua sobrevivência”, sustenta.
No comunicado, a APED justifica esta “tomada de posição” com as recentes decisões do Governo para a Área Metropolitana de Lisboa (AML), que impuseram um horário reduzido de funcionamento dos estabelecimentos comerciais, e que a associação considera que “contribuem para agravar as débeis condições financeiras de alguns lojistas, já muito fragilizadas pelo surto pandémico que afecta o país”.
“Cerca sanitária à volta dos senhorios”
No início de Junho, a Associação de Marcas de Retalho e de Restauração (AMRR) defendeu no parlamento “legislação especial” para os lojistas dos centros comerciais, antecipando uma “pequena grande desgraça” quando em Julho estes começarem a pagar as rendas suspensas no estado de emergência.
“Não é preciso ser economista nem matemático para perceber que não há viabilidade para os lojistas que estiveram fechados durante três meses, com zero euros de receita, e vão ter já em Julho um aumento de 25% das rendas das suas lojas, com a lotação do seu espaço reduzida a 50%”, sustentou o presidente da AMRR numa audiência na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.
Falando numa “cerca sanitária à volta dos senhorios”, em cujos rendimentos “não se toca” - “apesar de um bocadinho mais tarde, vão receber por inteiro as rendas”, diz - Miguel Pina Martins defende uma “partilha de sacrifícios”, que garante não estar a acontecer ao nível das rendas dos centros comerciais.
Lusa/DI