Construção termina 2021 em alta
De acordo com a estimativa rápida divulgada pelo INE, o PIB registou um crescimento de 4,9% em 2021, o mais elevado desde 1990, após a diminuição histórica de 8,4% em 2020. No sector da construção, 2021 foi um ano de consolidação do crescimento, com um conjunto significativo de indicadores a registar uma evolução positiva.
Segundo a Análise de Conjuntura do Sector da Construção da AICCOPN, o consumo de cimento no mercado nacional registou um aumento de 5,8% em termos homólogos, para 3.780 milhares de toneladas em 2021, o que correspondeu ao melhor registo dos últimos 10 anos. De igual modo, ao nível da avaliação bancária na habitação alcançou-se um novo máximo histórico em dezembro de 2021, com uma subida de 11,2% face a igual mês do ano anterior.
Já no que concerne ao licenciamento pelas Câmaras Municipais, o qual constitui um indicador da actividade futura no segmento de construção de edifícios e, de acordo com a informação disponível até ao final do mês de Novembro de 2021, constata-se um crescimento do número de obras licenciadas, com um acréscimo global de 7,2%, em resultado de variações de 9,5% nos edifícios residenciais e de 1,5% nos edifícios não residenciais. Ao nível dos fogos licenciados em construções novas, observa-se uma subida de 11,2%, em termos homólogos, para 25.621 alojamentos.
Relativamente ao crédito concedido pelas instituições financeiras, verifica-se um aumento, até Novembro, de 35,2%, em termos homólogos acumulados, dos novos empréstimos para aquisição de habitação e uma contração de 10,4%, em dezembro, do stock de empréstimos às empresas do Setor da Construção.
No segmento das obras públicas, no ano de 2021, foram abertos concursos de empreitadas de obras públicas no montante de cerca de 3,8 mil milhões de euros, o que traduz uma redução de 21,7% face aos valores apurados em 2020. Esta diminuição resulta, essencialmente, do facto de, em 2020, se ter registado um significativo volume de promoção de concursos de empreitadas de elevado valor no domínio da ferrovia e rede de metropolitano, os quais totalizaram 1.126 milhões de euros e cujas obras se encontram, na sua grande maioria, atualmente em curso. Quanto ao montante total dos contratos de empreitadas de obras públicas objecto de celebração e registo no Portal Base, observa-se uma redução de 8,2%2 face a 2020. Não obstante as quebras verificadas em termos anuais, os montantes apurados de concursos promovidos e contratos celebrados mantêm-se em níveis historicamente elevados.