Barreiro: Terminal de Contentores vai ter outra localização
A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, pediu que o estudo de impacto ambiental do terminal do Barreiro fosse suspenso, depois de a autarquia ter manifestado descontentamento quanto à localização da infraestrutura – noticia hoje a edição do semanário Expresso.
Recorde-se que a Câmara Municipal do Barreiro defende o novo terminal de contentores no concelho, mas rejeita a hipótese de a vista da marginal no centro da cidade vir a ser afectada pela infraestrutura, assim fez saber o executivo municipal do Barreiro no início do passado mês de Junho.
Ao que parece as reclamações da autarquia foram tidas em conta pelo Governo.
Associação ambientalista ZERO congratula-se com decisão
Já hoje também a ZERO/Associação Sistema Terrestre Sustentável manifestou hoje satisfação pela decisão de se efetuar novo estudo de impacto ambiental para o Terminal de Contentores do Barreiro e de equacionamento de novo local.
Em comunicado, a ZERO considera que a suspensão da avaliação de impacte ambiental do Terminal de Contentores do Barreiro e o estudo de um novo local permitirá um repensar e uma reavaliação do projecto.
"Esta opção irá certamente melhor servir o interesse público e das populações, podendo vir a garantir uma efectiva requalificação de toda a zona envolvente e proteja o ecossistema do Estuário do Tejo, um recurso valioso para as populações ribeirinhas", salienta a associação.
A ZERO lembra que o local agora descartado foi alvo de uma consulta pública que terminou em 16 de Junho, tendo esta associação considerado que a infraestrutura proposta não estava suficientemente justificada e enquadrada à escala regional e nacional e teria impactes negativos irreversíveis que causariam incumprimentos da legislação nacional e europeia em determinados domínios e pondo em causa objectivos de longo prazo do país.
"A ZERO, não obstante entender que existiam aspetos positivos associados ao projecto, selecionou um conjunto de elementos que nos pareciam críticos, nomeadamente ao nível das dragagens e impactes no Estuário do Tejo, na paisagem e estrutura ecológica da região, na qualidade do ar e emissões de gases com efeitos de estufa e no ruído, e que nos levaram a considerar que o projecto, com as características que tinha, merecia um parecer desfavorável da nossa parte", argumenta a associação.
Segundo a associação ambientalista, os valores calculados para os poluentes, partículas em suspensão (PM10) e dióxido de azoto (NO2) mostravam que haveria na área da infraestrutura, e em zonas residenciais próximas, um incumprimento, por vezes extremamente elevado, dos valores-limite, o que não é admissível face ao cumprimento de legislação nacional e europeia nesta matéria.