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Barreiro: Quinta do Braamcamp gera polémica entre PS e PCP

5 de abril de 2019

A vereação de maioria socialista da Câmara Municipal do Barreiro quer vender a Quinta do Braamcamp, pretendendo, alegadamente, “destinar 5% dos 21 hectares do terreno para habitação e os restantes 95% para áreas de circulação, equipamentos, zonas verdes, lazer, ambiente e espelhos de água” A oposição do PCP/CDU, que perdeu a maioria e o controlo da gestão da autarquia nas últimas eleições autárquicas está frontalmente contra.

Em comunicado, a concelhia comunista condena “veementemente a opção de venda” e acusa o PS e o presidente da autarquia, Frederico Rosa, de se colocarem “ao serviço de interesses privados duvidosos”. Para o PCP, a acção dos socialistas neste processo é feita “à revelia dos interesses barreirenses” e “procura aprofundar um processo de deriva de especulação imobiliária e de negócios pouco claros”.

Recorde-se que a Quinta do Braamcamp foi adquirida ao Millenniem BCP a 19 de Dezembro de 2016 pelo anterior executivo da Câmara do Barreiro, liderado por Carlos Humberto (CDU), por 2,9 milhões de euros. Com uma área de 21 hectares, a quinta constitui um espaço com enorme potencial para lazer e usufruto da população da cidade.

A Quinta Braamcamp era o único complexo rural em plena cidade do Barreiro, tendo a sua actividade cessado há alguns anos. A quinta era composta inicialmente por casa de habitação, armazéns, moinho de vento e de maré e terras de cultivo, tendo passado para a posse do Millenium BCP por insolvência da Sociedade Nacional de Cortiças. A propriedade conserva ainda a antiga casa solarenga (século XIX), instalações agrícolas e um moinho de maré.

A Quinta do Braamcamp integra o projecto “Lisbon South Bay”, promovido pela Baía do Tejo, que visa requalificar os territórios das antigas áreas industriais da Quimiparque, no Barreiro, da Siderurgia, no Seixal, e da Margueira, em Almada (distrito de Setúbal).

Em declarações à Lusa em Setembro do ano passado, o presidente da Câmara do Barreiro, Frederico Rosa (PS), revelou que ainda não havia “nada pensado em concreto” para os terrenos da quinta, mas que os investimentos são pensados para que “possibilite habitação, hotelaria, restauração e lazer”.