Aquecimento das casas: Portugal é o 4.º pior país
A Confederação Europeia de Sindicatos (CES) alertou hoje para o facto de quase três milhões de trabalhadores europeus, 15%, não terem posses para aquecer a casa devido aos baixos salários praticados e Portugal é o quarto país com pior situação.
De acordo com uma análise feita pela CES, e divulgada pela UGT, os baixos salários na Europa implicam que 2.713.578 trabalhadores não consigam suportar o preço do aquecimento das suas casas, tanto mais que os preços da energia dispararam por toda a Europa.
A CES aproveitou o primeiro dia de Outono para salientar que "15% dos trabalhadores pobres da Europa não poderão ligar o aquecimento em suas casas" e que situação é mais grave em 10 Estados-membros da União Europeia que ao longo da última década viram os preços da electricidade subir.
Segundo o estudo, o Chipre é o país com a maior percentagem de trabalhadores pobres que não podem suportar os custos da energia para aquecimento (45,6%), seguido da Bulgária (42,8%) e da Lituânia (34,5%).
Segue-se Portugal (30,6%), a Grécia (28,7%) e Itália (26,1%).
“Um padrão de vida digno”
Para a confederação sindical, "a subida dos preços da energia torna mais urgente a necessidade de uma acção europeia por aumentos salariais".
"Os sindicatos apelam ao Parlamento Europeu para proteger os trabalhadores contra a pobreza energética introduzindo um teto de dignidade no projecto de directiva sobre o salário mínimo que assegure que o salário mínimo garanta um padrão de vida digna e que nunca possa ser menor do que 50% do salário médio em qualquer Estado-membro", disse a CES.
A confederação salientou que "actualmente 20 Estados membros da UE têm um salário mínimo abaixo deste nível e o projecto de Directiva sobre o salário mínimo não muda nada".
Lusa/DI