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Aeroporto de Faro passa a designar-se Aeroporto Gago Coutinho

15 de junho de 2022

O Aeroporto Internacional de Faro vai passar a chamar-se Aeroporto Gago Coutinho em homenagem ao navegador e almirante nascido em São Brás de Alportel, no Algarve, foi hoje aprovado em Conselho de Ministros.

“O Governo presta, assim, homenagem ao almirante Gago Coutinho, natural de São Brás de Alportel, no distrito de Faro, quando se assinala o centenário da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, uma das maiores proezas da história da navegação aérea”, disse o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas, em conferência de imprensa.

A proposta, aprovada em várias assembleias municipais de autarquias do Algarve, surgiu de um movimento de cidadãos que considerava que a estrutura, inaugurada em 1965, deveria ter o nome do almirante que, em 1922, em conjunto com o aviador Sacadura Cabral, fez a primeira travessia aérea do Atlântico Sul no hidroavião “Lusitânia”.

Em Fevereiro de 2020, a Assembleia Municipal de São Brás de Alportel, de onde a família do antigo oficial da Marinha é natural, aprovou por unanimidade uma moção na defesa da atribuição do seu nome ao Aeroporto Internacional de Faro.

 

Travessia aérea do Atlântico Sul faz 100 anos

“Pretende-se prestar homenagem ao passado e perspectivar o futuro, com a atribuição ao equipamento de maior relevo para o turismo e para a abertura ao mundo da região algarvia, de um nome de patrono com raízes familiares que ascendem a terras algarvias e cujo mérito transcende as fronteiras do país para abraçar o mundo”, lê-se no documento.

A esta moção, dirigida ao primeiro-ministro, ministro das Infraestruturas e da Habitação e ao director do Aeroporto de Faro, seguiram-se outras de várias autarquias do Algarve.

Para a travessia, realizada há exatamente 100 anos, Gago Coutinho e Sacadura Cabral testaram um processo inovador para conhecerem a posição de uma aeronave no alto-mar, baseando-se nas técnicas de navegação astronómica usadas a bordo dos navios.

Para a observação da altura dos astros usaram o sextante, no entanto, para poderem observar os astros em situações em que a linha do horizonte não estivesse visível, Gago Coutinho adaptou um sistema de horizonte artificial a um sextante clássico, aparelho que viria a ser usado para a navegação aérea nas décadas seguintes.

Nascido em 1869, Carlos Viegas Gago Coutinho foi nomeado director honorário da Academia Naval portuguesa em 1926, e distinguido como piloto aviador, tendo-se retirado da vida militar em 1939.

Viria a morrer em 1959, tendo ficado conhecido internacionalmente pela primeira travessia aérea do Atlântico Sul, que ligou Lisboa ao Rio de Janeiro, no Brasil.

Lusa/DI