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A Bain & Company aponta para um crescimento anual de 23% da capacidade em Portugal em Centros de Dados
A consultora Bain & Company aponta para um crescimento anual da capacidade em 23% no mercado nacional dos centros de dados, entre 2021 e 2027, que deverão atingir uma capacidade de 42MW e uma área de implantação de 18 mil metros quadrados até 2027.
O investimento nos centros de dados em Portugal, de acordo com a consultora, deverá crescer 6% entre 2021 e 2027, um valor superior ao da média europeia. A somar aos 39 centros existentes no país, estão em desenvolvimento cinco projectos em construção.
Em Portugal, serão investidos cerca de 950 milhões de euros em 2025, um valor idêntico ao de 2024.
"Portugal tem argumentos para competir na atracção e no desenvolvimento de Data Centres, beneficiando da localização estratégica para servir os mercados do Médio Oriente, África e América Latina. Localizações como Frankfurt, Londres, Amesterdão ou Paris começam a atingir níveis de saturação, o que leva a procura a direccionar-se para novos mercados, como o caso do Sul da Europa", refere Eduardo Ferreira de Lemos, responsável pela prática de Energia da Bain & Company. "Acresce que Portugal e Espanha vão poder servir pela primeira vez a América Latina graças ao recém-construído cabo submarino de fibra-ótica EllaLink", acrescenta.
O mercado europeu
O mercado europeu de centros de dados tem estado tradicionalmente concentrado em Frankfurt, Londres, Amesterdão e Paris, cidades que, juntas, representam mais de 70% da capacidade total de centros de dados da Europa. Só Frankfurt, deverá ultrapassar 1.200 MW de capacidade de computação nos próximos três anos. No entanto, à medida que o volume de dados aumenta, estas cidades enfrentam desafios crescentes. Factores como a escassez de terrenos, os elevados preços da energia e as limitações da capacidade da rede já atrasaram novos desenvolvimentos.
Em Portugal existem actualmente 39 centros de dados, estando cerca de 90% localizados perto de Lisboa e do Porto.
Entre os investidores nos cinco novos projectos em Portugal, estão players nacionais, como a Ar Telecom ou a APDL e internacionais, como a Davidson Kempners e a Pioneer Point Partners. Estão também em curso investimentos para melhorar os centros de dados já existentes, muitos deles para subir para a certificação Tier III. Nos próximos anos, é expectável que os hiperescaladores invistam na construção de centros de dados com especificações de Tier IV - sublinha a consultora Bain & Company no seu comunicado.
Em Espanha, a Bain & Company aponta para um crescimento anual de 25% a 30%, podendo chegar a uma capacidade de entre 1.000 e 1.300 MW em 2030.
"Num mundo cada vez mais digitalizado, os centros de dados tornaram-se incontornáveis na economia global. Com a computação em nuvem e a inteligência artificial – que vai representar 30% a 40% da procura de centros de dados em 2030 - a gerarem enormes quantidades de dados em todos os sectores, a procura de armazenamento, processamento e gestão desses dados continua a aumentar. Isso favorece o mercado dos centros de dados, e Portugal está em boas condições para aproveitar essa tendência", conclui Eduardo Ferreira de Lemos.
