2024 foi o melhor ano de sempre em números no Turismo

O 50º aniversário do congresso da APAVT - Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, que celebra igualmente este ano 75 anos - arrancou hoje na cidade de Macau, na China, com o tema: Encontro com o Futuro e com mais de mil congressistas presentes.

Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT no seu discurso de abertura referiu que “Olhar o Futuro” não é apenas o tema do congresso. "Representa a atitude de cada uma das nossas empresas, espelha a ambição de todo um sector, caracteriza o espírito de inovação que é inerente a todos nós”.

Aos congressistas avançou, que 2024, foi o melhor ano de sempre em números. “Os efeitos directos, indirectos e induzidos da Distribuição Turística, representaram em 2024, 7,7 mil milhões de euros, o equivalente a 3% do PIB nacional”. Salientou que os 7,7 mil milhões que significam mais de sete vezes as exportações de vinho de Portugal, ou cerca de 23 vezes o Valor Acrescentado Bruto da autoeuropa.

Lembrou também que a distribuição turística teve em 2024 um impacto global de cerca de 2,9% do emprego global, 3,3% do total nacional das remunerações, e 2,6% do total da receita fiscal arrecadada em Portugal.

A par com os números apresentados, sublinhou as preocupações que acompanham o sector. Nomeadamente a urgente clarificação das condições do exercício da profissão, a explosão de modelos de negócio não convencionais potenciados pelas novas tecnologias de comunicação e de reserva e que têm provocado dúvidas e incertezas. “Dúvidas e incerteza provocam disrupção nos mercados, que ficam mais afastados da igualdade de oportunidades, e, o que é mais importante, não ajuda à escolha livre e informada do consumidor”, referiu responsável.

Pedro Costa Ferreira, adiantou que a APAVT tem trabalhado em conjunto com a secretaria de Estado do Turismo e do Turismo de Portugal para uma regulação jurídica e pediu uma clarificação urgente por parte do executivo sobre o tema.

Ainda por aprovar o Dia do Agente de Viagens

Ao secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, presente em Macau, Pedro Costa Ferreira pediu ainda a urgente alteração da Lei, relativamente à dotação para o Fundo de Garantia das Viagens e Turismo, actualizando o valor a entregar por parte dos newcomers. No seu discurso lamentou o facto de terem passado 75 anos sem que fosse ainda aprovado o “Dia do Agente de Viagens”.

Na abertura deste congresso, o responsável voltou mais uma vez a lembrar o facto de ainda não se terem iniciado as obras da construção do novo aeroporto de Lisboa, bem como os problemas inerentes ao atraso nos projectos ferroviários.

Foi ainda salientado pelo presidente da APAVT as divergências com a TAP, relativamente ao facto da não aceitação dos cartões de crédito das agências de viagens, “que aceita todos os restantes cartões de crédito, dividindo assim o Mundo entre pessoas normais e agências de viagens”.

Pedro Costa Ferreira, denunciou também o desprezo que está votada a cultura com o turismo. “Os museus e monumentos são, sempre foram, das pessoas, e começo a pensar que têm é de ser protegidos de uma tutela indigente, absolutamente ignorante e totalmente incapaz de actuar”, alertou. Salientou ainda que são vergonhosas as evoluções das taxas turísticas, “as taxas turísticas são mais um ataque de políticos fracos a mercados fortes, que sangra quem, por trabalhar mais e melhor, produz mais resultados”.

*O Diário Imobiliário viajou até Macau a convite da APAVT - Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo.