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Turismo

 

Sector hoteleiro chega a esta crise mais capitalizado quando comparado com 2008

14 de julho de 2020

Mesmo que o sector esteja mais capitalizado nesta crise provocada pela pandemia do Covid-19, o turismo precisará de um plano de recuperação específico. A grande questão que se coloca é como sairá Portugal afectado desta crise.

De acordo com o Hospitality LAB, uma iniciativa de conhecimento sobre o setor hoteleiro, organizada pela consultora Cushman & Wakefield e composta por 16 executivos da área, o setor hoteleiro chega a esta crise mais capitalizado quando comparado com 2008, no qual o nível de endividamento das empresas era maior. No entanto, alguns participantes afirmaram que esta crise exige respostas rápidas da administração pública e lamentam que algumas das iniciativas, como o recurso ao crédito, estejam a ser realizados com significativas dificuldades burocráticas e de planeamento. "O turismo precisará de um plano de recuperação específico. Pois juntamente com o sector do retalho, é o sector mais afectado e, revelou-se nos últimos anos, um sector essencial para a economia ibérica", revela o estudo.

Entre os investidores e operadores hoteleiros presentes no LAB, foi reconhecido que as operações devem ser estudadas novamente, analisando minuciosamente qual será o novo cenário, com o objectivo de apresentar projectos com o máximo de garantias para os accionistas, proprietários e gerentes. Paralelamente, reconheceram também que o apetite e a liquidez dos investidores continua, estando apenas a aguardar menor incerteza operacional, que assegure maior certeza na reabertura dos negócios.

Os executivos também estão de acordo que a recuperação em pleno levará pelo menos até à Páscoa de 2021. Alternativamente, os hotéis urbanos poderão beneficiar de um melhor timing de recuperação, aproveitando a procura nacional, a partir do momento em que os estabelecimentos comerciais reabrirem. Finalmente, existe esperança que o sector hoteleiro rural, bem como destinos menos massificados, recuperem mais rapidamente, uma vez que envolvem menor concentração de pessoas.

Qual o futuro do turismo?

Quanto a tendências futuras e o efeito no comportamento dos turistas é um elemento que foi também explorado durante as sessões do LAB. A maioria dos especialistas concordou que ainda era cedo para saber as consequências que o vírus poderia ter nos hábitos de consumo. Por um lado, se a crise for resolvida com a existência de uma vacina, o retorno à normalidade poderá ser muito mais rápido do que pensamos. De qualquer forma, houve um consenso de que alguns aspectos serão levados em consideração a partir de agora, porque possivelmente vieram para ficar.

Uma das maiores preocupações dos participantes foi a recuperação das operações aéreas, que se revela vital para o destino como um todo.

A grande questão que se coloca é como sairá Portugal afetado desta crise provocada pelo Covid-19. "Muitos pensaram que o efeito a curto prazo poderia ser negativo, mas alguns já intuíram, também, a partir de pesquisas antecipadas de reservas, que Portugal continua a ser considerado como um destino prioritário para férias. A sua capacidade de oferecer segurança e confiança é superior à dos países tradicionalmente concorrentes no norte de África. Apesar desse bom posicionamento, os participantes lembraram a necessidade de activar uma ambiciosa campanha de marketing para reforçar a imagem externa do país, a qual já começou a ser criada com o selo Clean & Safe do Turismo de Portugal", referem os executivos.