





Cabo Verde: cadeia hoteleira RIU apoia nidificação de tartarugas
A nidificação da “tartaruga comum” em Cabo Verde é, há muito, um propósito das autoridades cabo-verdianas, ao qual se vêm associando empresas e entidades da sociedade civil.
Duas das ONGs de Cabo Verde que se dedicam à protecção das tartarugas deram a conhecer resultados encorajadores do trabalho desenvolvido em prole desta espécie animal que se tornou o símbolo daquele país-arquipélago.
Na ilha do Sal, o “Projeto Biodiversidade” registou o dobro de ninhos do que no ano passado; enquanto na ilha da Boa Vista, a BIOS.CV contou o quadruplo em relação a 2014.
A RIU Hotels & Resorts é, a par de empresas e instituições como a Queen Mary University of London, a Empower Rental, a Travel Foudation, a US Fish& Wildlife Service ou a Junta da Andaluzia, um dos patrocinadores da actividade destas duas organizações cabo-verdianas para a conservação do ambiente e da vida animal.
Durante o ano de 2017, o Projeto Biodiversidade registou um total de 7634 novos ninhos desta tartaruga, quase o dobro do ano passado, cujo valor foi de 4120; enquanto a BIOS.CV registou 4688 ninhos na Boa Vista, consolidando assim um aumento muito importante e contínuo do número de ninhos desde 2013.
Na ilha do Sal mais de 70.000 tartaruguinhas chegaram ao mar
Tratam-se de excelentes resultados considerando que a população da espécie “Caretta caretta” de Cabo Verde é a terceira população desta espécie mais importante do mundo, mas, ao mesmo tempo, uma das 11 populações de tartarugas marinhas mais ameaçadas do planeta.
Esta temporada de desova foi um recorde na história da Ilha do Sal com 7634 ninhos e começou com a primeira no dia 14 de Junho de 2017, uma semana antes em relação ao ano passado, e a última no dia 20 de Novembro. De acordo com os dados apresentados pelo Projeto Biodiversidade, durante 2017 foram capturadas 250 tartarugas no total, 14 delas conseguiram ser resgatadas, mas perderam-se 236 exemplares, 203 em praias não protegidas e 33 em praias protegidas.
De modo a proteger os ninhos que se encontram em mau estado, a associação coloca-os em zonas de desova distribuídas pela Ilha do Sal. Em 2017, foram transferidos 1310 ninhos (17% do total dos registados na zona) para zonas de incubação, 984 deles para a zona de desova da RIU Hotels que se encontra na praia em frente do resort. Na Ilha do Sal, foi possível libertar um total superior a 70 000 tartarugas dos viveiros.
Boa Vista: 20.000 ninhos registados em toda a ilha
Em relação à Boa Vista, a BIOS CV. identificou este ano um total de 4688 ninhos de tartaruga de cerca de 910 fêmeas diferentes nas praias vigiadas por esta associação dentro da Reserva Natural das Tartarugas, a zona de maior densidade do mundo em relação a esta espécie. A temporada deste ano prolongou-se desde 15 de Maio até 20 de Novembro e resultou em mais de 20 000 ninhos registados em toda a ilha. É importante destacar que não houve registo qualquer captura de fêmeas adultas nem espoliação de ninhos na praia de João Barrosa. Infelizmente, a caça de fêmeas noutras praias e no mar continua a ser um grave problema na Boa Vista. Foram regatadas 29 fêmeas perdidas nos arredores da praia com alto risco de morte em zonas húmidas ou zonas de mato, ou acidentadas em zonas rochosas.