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Procura de crédito por empresas e particulares recua no 4.º trimestre de 2023 face ao anterior - BdP

23 de janeiro de 2024

A procura de empréstimos por empresas e particulares voltou a cair no quarto trimestre de 2023 face ao trimestre anterior, tendo-se registado um “ligeiro aperto” por parte dos bancos na oferta de crédito ao consumo, segundo o BdP.

De acordo com as conclusões do mais recente Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito do Banco de Portugal (BdP), relativo ao último trimestre de 2023 e hoje divulgado, houve no período uma “ligeira diminuição da procura” de empréstimos por parte das pequenas e médias empresas (PME) e das grandes empresas, sobretudo por empréstimos de longo prazo.

Como principais causas para esta redução o banco central aponta “o nível geral das taxas de juro e a redução das necessidades de financiamento do investimento”.

“No caso das PME, o recurso à geração interna de fundos como fonte de financiamento alternativa contribuiu ligeiramente para essa evolução, que foi compensada pelo aumento das necessidades de refinanciamento e renegociação da dívida”, detalha.

Já entre os fatores apontados para a redução da procura de empréstimos por parte de particulares, quer para aquisição de habitação, quer no segmento no consumo, estão o nível das taxas de juro e, “em menor grau”, a diminuição da confiança e as perspetivas para o mercado da habitação.

Para o primeiro trimestre deste ano, o BdP prevê que a procura de crédito se mantenha “sem alterações” nas empresas, “em resultado de avaliações contraditórias por parte dos bancos no segmento das PME e os empréstimos de longo prazo”, e registe uma “ligeira diminuição nos particulares”.

No que se refere à oferta de crédito por parte da banca, o banco central refere que, de Outubro a Dezembro do ano passado, os critérios de concessão se mantiveram “sem alterações” no crédito a empresas e no crédito a particulares para aquisição de habitação e “ligeiramente mais restritivos” no crédito ao consumo e outros fins.

Segundo as conclusões do inquérito, “a situação e perspectivas económicas gerais e, em menor grau, a qualidade creditícia dos consumidores e a tolerância a riscos, contribuíram ligeiramente para tornar os critérios de concessão no crédito ao consumo e outros fins mais restritivos”.

O BdP aponta ainda uma “ligeira diminuição” do ‘spread’ (margem de lucro dos bancos) nos empréstimos de risco médio concedidos a PME e nos empréstimos para aquisição de habitação, sobretudo nos de risco médio, em resultado da concorrência entre bancos.

Já no crédito ao consumo e outros fins, dá conta de um “ligeiro aumento da restritividade associada ao montante do empréstimo”.

Ainda reportado no inquérito é um “ligeiro aumento” na proporção de empréstimos rejeitados a PME e a particulares para consumo e outros fins.

Para o primeiro trimestre deste ano, o BdP antecipa que os critérios de concessão de crédito se mantenham “praticamente inalterados” nos empréstimos a empresas e no crédito a particulares para aquisição de habitação e “ligeiramente mais restritivos” nos que ao consumo e outros fins diz respeito.

O questionário do BdP inquiriu ainda os bancos sobre o impacto dos rácios de créditos não produtivos e de outros indicadores de qualidade do crédito.

Nos últimos seis meses, os bancos apontaram um “ligeiro contributo” destes rácios “para tornar os critérios de concessão no crédito ao consumo e outros fins mais restritivos, relacionado com a perceção de riscos”, e, em sentido, um “ligeiro contributo para tornar os termos e condições no crédito à habitação menos restritivas”, em resultado de menores pressões associadas a requisitos regulamentares ou prudenciais.

Já para os próximos seis meses, as instituições inquiridas antecipam “impactos semelhante” aos do semestre anterior, acrescido de um “ligeiro contributo para tornar os critérios de concessão e os termos e condições no crédito a empresas mais restritivos, relacionado com a perceção e a tolerância a riscos”.

O questionário que esteve na base do inquérito hoje divulgado pelo BdP foi enviado aos bancos em 7 de Dezembro, tendo as respostas sido remetidas até ao dia 29 de Dezembro.

LUSA/DI