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Habitação by century 21

Porto - Foto Filipa Brito - CMP

Porto é a cidade europeia onde a renda do apartamento mais subiu e Lisboa ocupa o quarto lugar

4 de julho de 2023

O International Rent Index da HousingAnywhere para o 2º trimestre de 2023 revela que o aumento das rendas ano após ano nas cidades europeias caiu para baixo dos dois dígitos depois de 5 trimestres, mostrando um aumento médio de 9,6% em comparação com 11,9% no 1º trimestre de 2023. 

Desde o primeiro trimestre de 2023, o valor da renda dos quartos em Lisboa subiu 7,8%. Na Europa, apenas Haia ultrapassou este valor, com um aumento de 7,9%. Apesar da tendência de abrandamento trimestral, os apartamentos T1 não seguiram a regra e no Porto sentiu-se um aumento de 22,5%, o mais acentuado da Europa. Lisboa ocupa o quarto lugar, com os preços deste tipo de imóvel a subir 15,8% no último trimestre.

No que toca à variação anual dos preços das rendas, Lisboa é a cidade que viu os preços dos quartos e dos estúdios subir mais na Europa, com um aumento de 29,4% e 70,3%, respectivamente. Ainda no caso dos estúdios, o Porto registou um aumento de 23,3%, fechando assim o Top 5 das cidades europeias com a subida mais elevada.

Os aumentos trimestrais dos preços de arrendamento na Europa começaram a abrandar no último trimestre, seguindo-se um aumento médio de apenas 1,5% em todos os tipos de imóveis neste trimestre. Embora isto possa parecer uma boa notícia para os jovens em mobilidade que procuram uma nova casa, a época alta da mobilidade acabou de arrancar. O abrandamento moderado do aumento das rendas não é suficiente para garantir o acesso a habitação disponível e a preços acessíveis, uma vez que a sazonalidade pode inverter a tendência nos meses seguintes. 

“Os jovens profissionais e estudantes continuam a enfrentar grandes desafios para encontrar habitação para arrendamento disponível, acessível e a preços razoáveis", afirma Djordy Seelmann, CEO da HousingAnywhere. "O abrandamento do aumento das rendas é pouco significativo e é pouco provável que os cidadãos vejam uma mudança tangível para melhor quando procuram uma nova casa. Encontrar formas alternativas de expandir a oferta de habitação para arrendamento residencial, especialmente os projetos que permitam uma utilização mais flexível do espaço, deve ser a principal prioridade neste momento para aliviar a pressão sobre os mercados da habitação. A acessibilidade dos preços só pode ser conseguida num mercado imobiliário equilibrado, em que a oferta e a procura estejam ao mesmo nível.”

Variações anuais mais notáveis
O Rent Index da HousingAnywhere apresenta um aumento médio anual de 9,6%, com algumas diferenças entre os tipos de imóveis. Os quartos registam um aumento médio anual de 9,7%, tendo os preços em Lisboa subido 29,4% em relação ao ano anterior, seguida de Haia (28,6%) e Berlim (22,6%). No caso dos apartamentos (com um aumento médio anual de 9,1%), Budapeste regista o maior aumento de preços, com 42,9%, seguida de Haia (27,8%) e de Utreque (25,8%). Os estúdios registam um aumento anual de 10,1%, e Lisboa lidera com um aumento anual de 70,3%, seguida de Florença (33,3%) e Hamburgo (27,4%).


Variações trimestrais mais notáveis, com os apartamentos a serem a excepção à regra
O desafio de encontrar uma nova casa será ainda mais acentuado para quem procura um apartamento para arrendar. Embora os preços dos quartos e estúdios se tenham mantido estáveis em comparação com o trimestre anterior (com descidas trimestrais moderadas de 0,4% e 0,2%, respetivamente), os preços dos apartamentos T1 aumentaram 5,1%, ultrapassando o aumento do trimestre anterior em mais de 3 pontos percentuais. Porto, Haia e Valência registam os maiores aumentos trimestrais para os apartamentos, com 22,5%, 21,1% e 18,2%, respetivamente.  

Os preços dos estúdios registaram uma descida trimestral de 0,2%, enquanto no Rent Index anterior este era o tipo de imóvel que apresentava o aumento trimestral mais acentuado, com 4,9%. Florença lidera com um aumento de 10%, seguida de Barcelona (9,5%) e Budapeste (7,8%). Os quartos estão também a registar uma surpreendente estabilização dos preços. Haia regista o maior aumento de quartos (7,9%), seguida de Lisboa (7,8%) e Utreque (6,9%).


Tendências na Europa
Apesar da tendência geral trimestral para a estabilização dos preços, algumas cidades populares na Europa registaram ainda aumentos acentuados dos preços trimestrais e anuais.

Os preços nas cidades holandesas continuam a subir neste trimestre, enquanto os proprietários, promotores e investidores estão cada vez mais preocupados com as implicações dos esforços regulamentares do governo no mercado imobiliário. Cidades como Haia e Utreque registam aumentos consideráveis em todos os tipos de imóveis. Os preços dos apartamentos em Amesterdão estão a estabilizar, mas continuam a registar um elevado aumento anual (17,9%). Amesterdão é também uma das poucas cidades a registar um aumento dos preços dos quartos (3,3%), o que resulta num aumento anual de 18,8% para este tipo de imóvel. Os preços dos estúdios estão a diminuir em Amesterdão, tanto a nível trimestral (-11,4%) como anual (-8,8%), mas Amesterdão continua a ser a cidade europeia mais cara para estúdios, com um preço médio de 1.550 euros.

Em Itália, Florença e Turim estão a acompanhar os preços mais elevados do resto do país, com ambas as cidades a registarem um aumento trimestral nos apartamentos e estúdios. Os preços em Milão diminuem ou estabilizam consoante o tipo de imóvel, e os preços trimestre após trimestre em Roma diminuem para todos os tipos de imóveis.

Em Espanha, os preços dos apartamentos em Barcelona, Valência e Madrid continuam a ser superiores aos do ano passado, e Valência é a cidade espanhola que apresenta o aumento trimestral mais acentuado (18,2%). Os quartos estabilizam em Barcelona e Valência em termos trimestrais, e em Madrid registam mesmo um decréscimo. Ainda assim, todas as cidades registam aumentos no preço dos quartos a nível anual.

Todas as cidades alemãs analisadas no Rent Index estão incluídas no Top 10 do ranking das cidades com os preços de quarto mais elevados, com Munique a ocupar a terceira posição, com um preço de 814 euros. No entanto, apenas Hamburgo registou um aumento (de 1,6%) no preço dos quartos neste trimestre.