Opinião

Os desafios em 2014 para o mercado imobiliário
12 de fevereiro de 2015
- No Orçamento de Estado para 2014 está previsto um aumento de 12.6% nas receitas do IMI, que passará de 1.359 mil milhões de euros do ano passado para 1.530 mil milhões de euros em 2014, devido às avaliações realizadas.
- Em 2014, os terrenos com valor tributário, superior a 1 milhão de euros vão ser taxados com imposto de luxo? Voltamos à ideia do imposto de selo aplicável aos terrenos para construção? São sempre os mesmos a pagar a má despesa pública?
- Os cinco maiores Bancos em Portugal tinham 5.200 milhões de euros em balanço de activos imobiliários, por pagamento de créditos. As imparidades para estes activos, já estão a subir, reflectindo a sua perda de valor e evitando surpresas na avaliação de activos, que o Banco Central Europeu já tem em curso.
- Novas normas para a Avaliação Bancária. Maior independência dos Peritos- Avaliadores e o facto da sua remuneração deixar de depender do valor do imóvel. No sector bancário, avaliações de dois em dois anos e introdução do conceito de “ valor do bem hipotecado “ a acrescer ao do “ valor de mercado “. As avaliações superiores a 2.5 milhões de euros, vão passar a exigir 2 avaliações de 2 Peritos Avaliadores.
- Vai manter-se a restrição ao crédito imobiliário no mercado interno. Por todas as razões, mas sobretudo porque os Bancos com intervenção estatal, estão muito condicionados pelas orientações da Troika. Provavelmente, vai acentuar-se a diminuição do poder de compra, com a instabilidade no mercado do trabalho.
- O IHRU - Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana está a desenvolver um novo programa de financiamento à Reabilitação Urbana. Este financiamento será obtido junto do Banco Europeu de Investimento em condições muito vantajosas. Prazos alargados (12 anos), boa taxa de juro (abaixo dos 5%) e prazos de carência (2 a 5 anos). No sentido de incentivar os particulares a fazer obras vai, provavelmente vai haver uma revisão dos benefícios fiscais existentes.
- Os Fundos de Investimento Imobiliário deixam de ter isenção no IMI e no IMT. Passam a suportar as taxas de imposto, reduzidas para metade. Não é bom. Podia ter sido pior.
- Mais “Golden Visa”. Até ao final do ano 2013, Portugal concedeu 471 Golden Visas. São cidadãos da China, Rússia, Angola, África do Sul, Médio Oriente e podem ser muitos mais. E arrisco uma previsão. Podemos esgotar o stock residencial nas principais cidades e no Algarve.
- A irracionalidade da legislação sobre Certificação Energética dos Edifícios. Um processo burocrático, oneroso, sem benefícios práticos ou fiscais evidentes. Um disparate a regularizar.
- A Comissão de Acompanhamento das Rendas pede o alargamento do prazo de transição para as micro-empresas. Alargar o prazo, até aos 10 anos é uma excelente proposta para salvar muitos postos de trabalho no sector do comércio e escritórios. Esta proposta surge depois do impacto muito negativo, que a nova Lei estava a ter no mercado.
João Pessoa e Costa
Director Geral do Grupo Imobiliário Fernando Martins
Presidente do Circulo Imobiliário
Presidente da Assembleia Geral da APEMIP