
Cushman & Wakefield
Mercados imobiliários europeus subvalorizados
O mais recente relatório European Investment Atlas da Cushman & Wakefield (C&W) revela um mercado imobiliário comercial com oportunidades de valor atrativas em toda a Europa. Num contexto de persistente incerteza macroeconómica, o Índice de Valor Justo (Fair Value Index), que avalia o preço relativo de 119 mercados prime de escritórios, retalho e logística na Europa, mantém-se elevado nos 91 pontos. Concretamente, 82% dos mercados analisados estão atualmente subvalorizados, sublinhando a amplitude das oportunidades disponíveis para investidores. Isto reflecte um raro alinhamento positivo entre preços atractivos e fundamentos de investimento sólidos.
Segundo o relatório, o mercado imobiliário prime europeu continua numa fase de transicção, evidenciada pela estabilidade tanto no Índice de Valor Justo como nas pontuações TIME – este último índice identifica pontos de viragem cíclicos no sector imobiliário comercial. Esta estabilidade reflete um mercado que já não está em deterioração, mas ainda não entrou numa fase de recuperação plena, oferecendo assim um ponto de entrada estratégico para investidores.
Valor Justo Generalizado
O Índice de Valor Justo, que avalia o preço relativo dos mercados imobiliários com base nos retornos esperados e em benchmarks ajustados ao risco, caiu apenas marginalmente de 92 para 91 no primeiro trimestre de 2025. O aumento dos rendimentos das obrigações governamentais foi o principal factor de pressão sobre o índice, compensado por prémios de risco resilientes e expetativas de retorno recalibradas, que em conjunto estão a criar um ambiente favorável para a alocação de capital a longo prazo e reentrada estratégica.
Mercados de crédito alimentam oportunidades
O ciclo actual é definido não pela escassez de capital, mas pela sua alocação estratégica. O ambiente de dívida mantém-se líquido, com os credores a oferecerem estruturas cada vez mais flexíveis e inovadoras. Os rácios de empréstimo sobre o valor (LTV) estão a aumentar, e os fundos de dívida (frequentemente apoiados por capital institucional) estão a expandir a sua presença na Europa.
Sinais de estabilização no timing de mercado
A pontuação TIME da Cushman & Wakefield manteve-se na fase de “inflexão” pelo segundo trimestre consecutivo. Isto sugere que o mercado já ultrapassou o seu ponto mais baixo, mas ainda não entrou numa fase clara de recuperação. A consistência da pontuação reforça que as condições estão a estabilizar, com sinais iniciais de um novo dinamismo esperados para o segundo semestre de 2025.
Perspectivas futuras
“Não nos cansamos de demonstrar aos investidores que o momento atual é uma oportunidade única para entrar num mercado desvalorizado, mas com fundamentais sólidos para vir a realizar retornos muito interessantes”, afirmou David Lopes, Head of Capital Markets na Cushman & Wakefield Portugal.
À medida que as taxas de juro continuam a descer e a inflação modera, espera-se que a confiança dos investidores se fortaleça. Também se antecipa maior clareza em relação à política dos EUA, que tem aumentado a incerteza global, o que deverá reforçar ainda mais a confiança no final do ano. A combinação de ativos subvalorizados, condições financeiras em melhoria e fundamentais setoriais resilientes posiciona o imobiliário europeu para uma potencial recuperação na segunda metade de 2025.
Com o Índice de Valor Justo a sinalizar oportunidades generalizadas e a pontuação TIME a indicar estabilidade contínua, a Cushman & Wakefield prevê que os investidores que actuarem com disciplina e visão estratégica poderão estar bem posicionados para beneficiar da próxima fase do ciclo.