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Intromissão do Estado nas leis entre proprietários e lojistas está a afastar grandes investidores

26 de janeiro de 2021

António Sampaio de Mattos, presidente da APCC  - Associação Portuguesas dos Centros Comerciais, revela que a intromissão do Estado nas relações contratuais entre proprietários e lojistas, está já a afastar grandes investidores do segmento de imobiliário comercial.

O responsável avança mesmo que grandes volumes de investimento já há muito programados, passaram para standby de um dia para o outro.

O que se pode esperar para o mercado imobiliário em 2021?

Apesar de todos esperarmos que 2021 seja o ano de um gradual início da recuperação face a 2020, os sinais que chegam de todos os quadrantes não nos deixam margem para podermos ser optimistas. Num ano em que o dia-a-dia dos portugueses deveria ser de regresso à normalidade, começamos com um segundo confinamento, com consequências gravíssimas para o comércio, a restauração e os serviços, e consequentemente para o retalho imobiliário.

Como tem acontecido nas últimas quatro décadas, o sector dos Centros Comerciais tudo fará para manter o seu papel de dinamizador, continuando como um dos maiores protagonistas no plano das transações de grandes imóveis em Portugal.

Quais os desafios que se vão colocar ao sector para este ano?

Como referi, temos que estar preparados para um ano muito difícil, fruto das consequências da pandemia, agravadas, na nossa indústria em particular, pela grosseira e inadmissível intromissão do Estado nas relações contratuais entre proprietários e lojistas.  Esta ingerência, está já a afastar grandes investidores do segmento de imobiliário comercial. Temos conhecimento de grandes volumes de investimento já há muito programados, que passaram para standby de um dia para o outro.

Por outro lado, e a manterem-se situações de encerramentos forçados, apesar das exigentes medidas de segurança que foram implementadas por toda a indústria, alguns Centros Comerciais poderão acumular prejuízos avultados e ter a sua sustentabilidade em causa num futuro próximo. Daí termos apelado ao Governo e aos partidos políticos para que estejam cientes das graves consequências ao nível do emprego e da economia, que daí possam advir.

Que medidas devem ser tomadas?

Gostaríamos que 2021 marcasse o início de uma nova postura por parte dos legisladores, passando a escutar e compreender, os agentes deste sector sempre que se debruçarem sobre temas que afectam o mesmo, evitando tomar decisões desequilibradas com consequências desastrosas.

Em 2021 temos, todos, de trabalhar em conjunto e evitar que sejam   cometidos erros como no passado recente.

http://www.diarioimobiliario.pt/Actualidade/Imobilario-Um-sector-mergulhado-na-incerteza-mas-sem-perder-a-confianca