CONSTRUÍMOS
NOTÍCIA
Actualidade

A renovada loja da Cartier na Av. da Liberdade

Em 2024 abriram 83 novas lojas de comércio de luxo na Europa

6 de março de 2025

A análise da Cushman & Wakefield revela que 83 novas lojas de comércio de luxo abriram nas 20 principais artérias da Europa em 2024, face às 107 de 2023

Apesar de estar numa fase de transição, o mercado imobiliário europeu de retalho de luxo continua a demonstrar resiliência com a abertura de novas lojas em 2024, de acordo com o relatório European Luxury Retail 2025 da Cushman & Wakefield.

Em 2024, 83 novas lojas de luxo abriram nas 20 principais artérias da Europa, localizadas em 16 cidades de 12 países, em comparação com as 107 aberturas registadas em 2023. O segmento de moda e acessórios representou quase metade do total de inaugurações (41), enquanto as marcas de joalharia e relojoaria abriram um total de 26 lojas, acima das 21 aberturas de 2023, mostrando que o "luxo tradicional" continua a atrair os consumidores deste sector.

As marcas detidas pelas grandes casas de luxo LVMH, Richemont e Kering foram responsáveis por mais de um terço das novas lojas. Este total está em linha com 2023; contudo, a proporção entre as três marcas alterou-se, já que a LVMH liderou o sector com 15 aberturas em 2024.



Foto página Facebook de Avenida.Liberdade cortesia https://avliberdade.com/



Avenida da Liberdade continua a atrair marcas de luxo

A Avenida da Liberdade continuou a atrair novas marcas de luxo em 2024, com um total de cinco novas aberturas. Em Dezembro, a marca de moda italiana Paul & Shark abriu uma loja de 190 m² no edifício Liberdade 242, e em Maio, a marca de design de mobiliário italiano Molteni&C inaugurou a sua primeira flagship em Lisboa (Liberdade 254), com cerca de 400 m² distribuídos por dois pisos.

As marcas de relojoaria também estiveram activas na Avenida da Liberdade ao longo de 2024. Em Setembro, a Patek Philippe(em parceria com a David Rosas) abriu a sua primeira boutique no edifício Liberdade 12. Com cerca de 200 m², esta loja acolhe um bar e uma sala VIP privada. Em Dezembro, a IWC Schaffhausen, em parceria com o Grupo Tempus, abriu também a sua primeira boutique em Portugal no nº 117 da Avenida, integrando igualmente um bar e obras da artista portuguesa Camila Nogueira.

Após uma extensa renovação, a Cartier reabriu a sua principal loja em Lisboa, no nº 240, e a loja do antigo edifício do Diário de Notícias (Liberdade 266) foi recentemente arrendada a uma marca a divulgar brevemente, com abertura prevista para este ano.

“A Avenida da Liberdade é o destino por excelência das marcas de luxo internacionais, e o facto de estar no prime CBD – onde se localizam as sedes das grandes empresas e hotéis de 5 estrelas – cria o habitat perfeito para estas marcas. Alguns edifícios têm boas fachadas e áreas que vão ao encontro dos requisitos das marcas, mas o grande desafio continua a ser o número de unidades disponíveis”, comenta Maria José Almeida, Associate e especialista em retalho de luxo da Cushman & Wakefield Portugal. “A taxa de desocupação na Avenida da Liberdade é de apenas 2%, idêntica à registada no final de 2023. A contínua procura nesta artéria da capital tem impulsionado o crescimento das rendas, que subiram mais de 9% desde o final de 2023”, conclui a responsável.





Falta de espaços impulsiona subida das rendas em toda a Europa

As taxas de desocupação diminuíram, aliás, consideravelmente em todos os mercados analisados pela Cushman & Wakefield, com 17 das 20 ruas principais a registarem menos de 5% de disponibilidade, e 6 delas não apresentando qualquer espaço disponível. Por essa razão, a ligeira redução no número de aberturas na Europa reflecte não só um crescimento mais moderado das vendas no comércio de luxo, mas também a dificuldade das marcas em encontrar espaços adequados num quadro de quase total ocupação

A escassez de oferta e o desejo de concentração dos retalhistas num punhado de artérias impulsionaram o crescimento das rendas nessas ruas em 3,6% em 2024 (3% em 2023), sendo que esses valores estão actualmente 3% mais elevados, em média, do que em 2018. Um terço das ruas de luxo em toda a Europa atingiu rendas recorde em 2024, incluindo a Via Montenapoleone de Milão, que é agora o destino de retalho mais caro do mundo. A Cushman & Wakefield prevê que as rendas nas ruas de luxo aumentem, em média, 1-3% ao ano entre 2025 e 2028.



Passeig de Gràcia, em Barcelona - Foto de Ralf Roletschek em Wikipedia