Cooperativas de habitação reivindicam prioridade política para modelo colaborativo
A Rede Co-Habitar reivindicou hoje, num encontro sobre cooperativas de habitação, em Lisboa, que este modelo seja “uma prioridade nas políticas nacionais e locais”, perante dezenas de participantes e a ministra da pasta.
Na sessão de abertura do encontro "Novas formas de viver 2023: habitação cooperativa e colaborativa", Augusto Sousa, da Rede Co-Habitar, considerou que Portugal vive “um momento crucial” na habitação, “problema estrutural que se agravou muitíssimo na última década”.
A resposta passa por um modelo de propriedade colectiva ecológico e não especulativo, focado em comunidades inclusivas e sustentáveis, defende a rede, que junta cooperativas, associações e grupos informais.
O cooperativismo, lembrou Augusto Sousa, “não é só construir e entregar casas às pessoas”, mas também reivindicar a permanência nos territórios e nas comunidades e avançar para “cidades mais humanas”.
A convite da organização, a Rede Co-Habitar e o jornal Mensagem de Lisboa, a ministra da Habitação dirigiu umas breves palavras às dezenas de participantes que esgotaram o encontro, que decorre hoje e sábado, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
“Não tenho dúvidas nenhumas de que conseguiremos concretizá-lo”, vincou Marina Gonçalves, referindo-se ao “novo modelo de cooperativismo” que faz parte do programa Mais Habitação.
Estado já está a identificar terrenos...
A ministra pediu, porém, “paciência” porque esse objectivo poderá não ser “tão célere quanto se esperaria”.
O financiamento do modelo de cooperativismo é "uma dor de cabeça", reconheceu, notando que a mobilização de terrenos “não é um problema” e que o Estado já os está a identificar.
A ministra acrescentou que os municípios já transmitiram a vontade de participar nesta solução habitacional, que conta com o apoio do Banco Português de Fomento, mas que deve procurar “mais formas” de financiamento.
Marina Gonçalves destacou ainda a importância de reforçar o parque habitacional público, lamentando “as decisões tão erradas que foram tomadas no passado” e vincando a política actual de “não alienar património público com potencial de habitação”.
Lusa/DI