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Casa do Aido

Carregal do Sal terá centro para refugiados no fim de 2025 num investimento de 5,5 M€

4 de dezembro de 2023

O Município de Carregal do Sal, no distrito de Viseu, vai construir um centro de acolhimento e integração de refugiados que abrirá no fim de 2025, num investimento de 5,5 milhões de euros (M€) e cujo protocolo para encontrar financiamento foi agora assinado.

“Assinámos um protocolo que é um marco para a construção do Centro de Acolhimento e Integração Aristides de Sousa Mendes, para refugiados e migrantes, num investimento de 5,5 milhões de euros”, disse o presidente da autarquia, Paulo Catalino Ferraz (PS).

O centro será construído na casa da mãe de Aristides de Sousa Mendes, onde nasceu o cônsul, a chamada Casa do Aido, e para isso, o Município de Carregal do Sal “já investiu mais de 500 mil euros na sua aquisição, assim como em terrenos contíguos”.

“Inclusive a casa em frente onde antigamente havia um passadiço e nós vamos refazer a história e vamos reconstruir a passagem”, pormenorizou o autarca ao explicar a zona de construção, no centro da aldeia de Cabanas de Viriato.


Mural na Casa do Aido onde nasceu Aristides Sousa Mendes - Foto CM Carregal do Sal


Nessa parte, continuou, “vai ficar um centro para os jovens menores desacompanhados, cuja idade ainda está a ser discutida junto da Segurança Social” e, na Casa do Aido, que será recuperada, assim como nos terrenos contíguos, nascem outras valências.

“Essas obras serão realizadas através do IHRU [Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana] e das “BNAUTS” [Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário] que podem apoiar as habitações de urgência e emergência, que é o que está em causa”, esclareceu.

Paulo Catalino Ferraz assumiu ainda que “o projecto deverá ser lançado no primeiro semestre de 2024, para consignação", para que no final de 2025 esteja concluída.

O presidente da Câmara de Carregal do Sal, que foi desafiado pela ministra-adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, a construir este centro, já tinha dito à agência Lusa em fevereiro que o objectivo era ser um centro de acolhimento temporário.

“A ideia é chegarem, serem bem acolhidos e aprenderem português, e darmos formação e capacitação para integrarem no mercado de trabalho e poderem deixar o centro de acolhimento, porque já têm meios próprios”, descreveu.

O protocolo agora assinado, “vinculou todas as entidades envolvidas” como é o Município de Carregal do Sal, a Associação Empresarial e Industrial da Região de Viseu (AIRV), a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) e assinado também pela ministra-adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes.

“Acolher é o papel mais fácil, o mais difícil é capacitá-las para as integrar. Vamos ter três salas de formação, para aulas contínuas de português e outras duas para as áreas que a AIRV definir que são as prioritárias para o mercado de trabalho”, disse.

O autarca socialista admitiu que “ainda não há um projecto definitivo, só um prévio para desenvolver, porque ainda está a ser avaliado junto de todas as entidades se vão ser construídas instalações mais a pensar em jovens desamparados ou em famílias”.

“Estamos a definir as tipologias das instalações, mas é agora no terreno que isso vai ser trabalhado, mas o objectivo é poder adequar às necessidades. No mínimo podemos acolher 110 pessoas, mas pode ir até 250, dependendo, às vezes, do número de filhos que possam vir com as mães”, contou.

A obra do centro, adiantou Paulo Catalino Ferraz, conta ainda com “o apoio do FAMI, da secretaria de Estado da Igualdade e das Migrações e que apoia na parte logística como os técnicos e por cada cidadão acolhido, assim como a comparticipação da Segurança Social por cada jovem que lá ficará”.

Lusa/DI