Avenida da Liberdade com 10% dos espaços comerciais disponíveis
Apesar do crescimento de 15,1 % no número de turistas na cidade relativamente a 2022, a principal artéria comercial da cidade de Lisboa não conseguiu ocupar todos os espaços comerciais.
De acordo com um relatório de retalho de 2023 referente à cidade de Lisboa, divulgado pel aRetail, empresa de consultoria imobiliária especializada na venda e arrendamento de espaços comerciais, e a Gesvalt, empresa de referência no setor da consultoria, avaliação e serviços técnicos, esta avenida conta com 13 espaços livres dos 131 disponíveis, representando uma taxa de ocupação de 90 %.
Entre as lojas instaladas na Avenida da Liberdade, destacam-se os espaços destinados à moda, representando 61,98 % do espaço total, seguidos dos estabelecimentos dedicados aos serviços, com 22,31 %. Após este sector, temos os sectores da restauração, com 7,44 %, e da cosmética, com 1,65 %. Isto significa que os restantes espaços comerciais, 6,61 %, são espaços de diversas outras tipologias.
No que diz respeito às rendas, variam consoante a área total dos espaços comerciais. Neste caso, os espaços com mais de 1000 metros quadrados têm um custo de 70 euros/m², enquanto aqueles entre 501 e 1000 metros quadrados têm rendas entre 80 euros/m² e 90 euros/m². Nos espaços com menores áreas, entre 301 e 500 metros quadrados, a renda situa-se entre 95 euros/m² e 120 euros/m²; naqueles com uma área entre 101 e 300 metros quadrados, a renda situa-se entre 130 euros/m² e 160 euros/m²; e, por último, os espaços com menos de 100 metros quadrados têm um custo entre 180 euros/m² e 200 euros/m².
Lisboa, melhor destino turístico urbano europeu
Um dos motivos do aumento da atividade turística na capital portuguesa reside no prémio atribuído à cidade pelos World Travel Awards, elegendo-a como o melhor destino urbano de Europa pela beleza da sua arquitectura, pela oferta de museus e pela gastronomia. Este posicionamento converteu igualmente a capital portuguesa num refúgio para famílias e turistas espanhóis individuais devido à grande compressão dos rendimentos em Espanha. A capital portuguesa passou também a ser considerada pelas marcas como um destino prioritário para a instalação de novas lojas, colocando-a ao mesmo nível das outras grandes capitais europeias.
Neste sentido, várias marcas de luxo instalaram-se na cidade, como a loja principal da Dior na Avenida da Liberdade com três andares, confirmando a tendência de mudança dos franchisados de luxo para lojas próprias, sustentando este posicionamento turístico internacional. No entanto, as marcas de grande consumo estão também a apostar na cidade, como demonstra a próxima abertura da nova loja principal da ZARA no Rossio, com mais de 4000 m², tornando-a a maior loja em Portugal.
Por outro lado, o Banco de Portugal previu um crescimento da economia portuguesa de 1,2 % do PIB em 2024, embora seja nove décimos de ponto percentual mais lento do que em 2023. De igual forma, a inflação permanecerá num nível elevado de 2,9 %, não atingindo a meta de 2 % até 2025 e 2026. Esta situação poderá desacelerar o crescimento do retalho, mantendo os espaços comerciais desocupados mesmo em zonas nobres como a Avenida da Liberdade.