


Palácio de Queluz: Jardim de Malta em reabilitação
As obras de requalificação do Jardim de Malta no Palácio de Queluz, nos arredores de Lisboa, devem estar concluídas em Dezembro, anunciou a empresa Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML), que tutela este monumento nacional.
As obras de requalificação e reconstituição, que devolverão ao Jardim de Malta “o traçado setecentista e o carácter lúdico e interpretativo original”, representam um investimento de 500 mil euros.
A intervenção, já em curso, levou à remoção dos quatro ciprestes plantados nos anos 1940, tendo sido previamente feito uma investigação “que permitiu levantar a documentação histórica sobre a construção e evolução do jardim e sobre as regras definidas pelos Tratados de Jardinagem do século XVIII para os ‘parterres’”, característica deste jardim.
Estudo fitossanitário realizado pelo Instituto Superior de Agronomia
O jardim tem um estilo formal, “em 'parterre' (superfície plana) de buxo, composto por desenho geométrico ou em 'broderie', como se fosse um bordado ou um tapete, e pensado para ser apreciado como uma peça de arte”.
Segundo a PSML, o jardim apresenta uma “degradação da estrutura verde, já que o buxo cresceu demasiado, sendo hoje impossível conformá-lo ao tamanho adequado”, e “um estudo fitossanitário realizado pelo Instituto Superior de Agronomia, da Universidade de Lisboa, revelou a existência de pragas e doenças, como o míldio do buxo, um fungo para o qual não existe cura e que tem dizimado os jardins de buxo por toda a Europa”.
No âmbito da intervenção em curso, prevê-se o restauro e conservação da estatuária, das balaustradas, do lago central, dos degraus e cantarias, bem como o restauro e regresso ao jardim dos quatro lagos angulares, retirados numa intervenção em 1938/39, e dos respectivos grupos escultórios.
Jardim construído entre 1758 e 1765
Estão também previstas escavações arqueológicas e a requalificação passa pela "reconstituição do efeito cénico e dinâmico das peças de água do jardim", a execução de novas infraestruturas hidráulicas e de energia e de pavimentos, segundo a mesma fonte.
O Jardim de Malta foi construído entre 1758 e 1765, provavelmente projectado por Jean Baptiste Robillion (1704-1782), e encontra-se “no ângulo da fachada interior do palácio, entre a sala do trono, a da música e a ala dos aposentos da princesa D. Maria Francisca Benedita”.
O jardim “segue os preceitos de composição dos jardins formais setecentistas, refletindo os valores de ordem, clareza, proporção e harmonia” e é “uma peça fundamental para a leitura integrada dos jardins do Palácio Queluz, antiga residência régia".