Lisboa recebe Prémio SOS Azulejo
A Câmara Municipal de Lisboa foi novamente distinguida com o Prémio ‘SOS Azulejo’, com o trabalho de restauro da conhecida e popular Fonte das Almas, em Alfama, tendo valido a atribuição de uma Menção Honrosa deste prémio - na categoria “Conservação e Restauro - à intervenção executada pela Unidade de Coordenação Territorial/Unidade de Intervenção Territorial Centro Histórico, da CML.
Esta atribuição, junta-se às outras três intervenções da CML a conquistarem o Prémio ‘SOS Azulejo’. Depois do prémio de ‘Boas Práticas’, pela reabilitação do património azulejar da plataforma inferior do Miradouro de Santa Luzia (2015), seguiram-se os prémios de ‘Intervenção de Conservação e Restauro’, pelo restauro dos elementos azulejares do Jardim Júlio de Castilho / Miradouro de Santa Luzia (2017) e a Menção Honrosa, de ‘Boas Práticas’ para os trabalhos de conservação e restauro do conjunto de cinco painéis de azulejos figurativos, da autoria e concepção gráfica de Fred Kradolfer, situados nos miradouros de São Pedro de Alcântara, Nossa Senhora do Monte, Monte Agudo e Castelo de São Jorge (2017).
Os trabalhos de conservação e restauro, que foram realizados pela equipa de conservadores restauradores do Museu do Estuque, permitiram recuperar um valioso património e devolver à cidade de Lisboa, a quem nela vive e a quem a visita, um dos seus mais emblemáticos elementos urbanos.
A “Fonte das Almas”
Esta fonte, em nicho aberto no extenso muro de suporte do adro da Igreja de Santo Estêvão, é constituída por uma pequena boca de água e uma taça de despejo decorada por gomos, assente sobre a gola de uma peanha hexagonal em cantaria. O nicho é formado por parede de configuração côncava e teto em semicúpula, sendo delimitado no plano do alçado exterior do muro em que se encontra, pela cantaria de pilastras com capitel, suportando um arco abatido com elemento de fecho saliente, ao centro. O conjunto encontra-se implantado numa plataforma interior, formando degrau.
As superfícies do tecto e da parede do nicho são totalmente revestidas com azulejos do terceiro quartel do século XVIII. Em cima, a semicúpula imita um céu, com azulejos em azul-cobalto, denso, polvilhado de pontos em branco, destacando-se, dentro de um círculo de azulejos brancos, a representação da pomba do Espírito Santo em resplendor, entre nuvens e cabeças de anjinho. A área parietal integra, sobre fundo branco, composições figurativas distintas, separadas geometricamente por barras e cercaduras em azul, de azulejos de padrão pombalino (com desenho intercalado de florão, folhagens e flor). Na parte inferior, o revestimento é feito pela alternância de cercadura de esponjados em roxo de manganés, com azulejos lisos em branco.