Jardim da Praça de Espanha vai ter cerca de 10 hectares
A Assembleia Municipal de Lisboa (AML) aprovou a alienação, em hasta pública, dos terrenos do antigo mercado da Praça de Espanha, proposta que mereceu críticas por parte da oposição, que teme que o espaço se torne desértico.
Depois de ter sido aprovado pelo executivo municipal (de maioria PS), a alienação dos terrenos com um valor-base de 16,45 milhões de euros mereceu o aval do PS, Cidadãos por Lisboa (eleitos nas listas socialistas) e Parque das Nações por Nós (PNPN), e o voto contra de toda a oposição - PCP, BE, PEV, PSD, PAN, MPT e CDS-PP.
Quando foi apreciada em reunião da Câmara Municipal, a proposta mereceu os votos favoráveis do PS e movimento Cidadãos por Lisboa, votos contra do PCP e CDS-PP e a abstenção do PSD.
Novo edifício de Escritórios e novo IPO
A parcela de terreno com 3.275 metros quadrados será destinada à construção de um edifício afeto ao sector terciário, com o objectivo de reforçar a oferta de escritórios na cidade.
Antes da votação, os deputados pronunciaram-se sobre a alienação, pelo que foram ouvidas maioritariamente vozes críticas.
Para o deputado Magalhães Pereira, do PSD, o projecto pensado para aquele local "vem impor uma radical alteração ao que foi prometido aos comerciantes da Praça de Espanha e aos lisboetas", uma vez que "em vez de um jardim, vem propor-se uma torre (...) que diminui o espaço ajardinado".
Já o deputado comunista Modesto Navarro considerou que "a visão que a Câmara tem para esta zona nobre da cidade é torná-la num deserto", advogando que quando passa naquela zona ao final da tarde vê poucas pessoas na rua.
O vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, recusou estas ideias, vincando que "este jardim [que vai nascer na Praça de Espanha] vai ser mais do dobro do Jardim da Estrela (cerca de 4,9 hectares)".
Assim, advogou, "a Praça de Espanha não será um deserto, mas sim uma zona central na cidade de Lisboa", pelo que "nenhum dos comerciantes foi ao engano".
Este documento encontra-se em consulta pública, que se estende por mais 30 dias, "porque vai ser publicado em Diário da República", avançou o vereador Manuel Salgado em resposta aos deputados.
A unidade de execução daquela zona, aprovada por executivo municipal em meados do ano passado prevê também o lançamento de um "concurso de ideias para reorganização da praça e reconstrução da centralidade", que será levado a cabo com a Fundação Calouste Gulbenkian e com o Montepio.
Hoje, o vereador Manuel Salgado apontou que este concurso será "lançado em breve".
Já a construção de um novo edifício do Instituto Português de Oncologia (IPO), também na Praça de Espanha, foi visto com bons olhos pelos deputados municipais.
Lusa/DI