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Internacional

 

Economia chinesa vai crescer 9% em 2021

18 de março de 2021

A Crédito y Caución prevê um crescimento da economia chinesa de quase 9% em 2021. No entanto, entre 2022 e 2025, a desvinculação comercial e tecnológica dos Estados Unidos da América, União Europeia e Japão provocará um abrandamento do crescimento chinês.

Os 9% de aumento da economia chinesa previsto para este ano, contraria a tendência mundial, lembrando ainda que a economia chinesa cresceu 2,3% em 2020. A recuperação acelerou nos últimos meses do ano, apoiada no forte incremento das exportações de bens durante o quarto trimestre.

Contudo, a médio prazo, é esperado um abrandar do crescimento. De acordo com as estimativas da Crédito y Caución, entre 2022 e 2025, a evolução do PIB situar-se-á abaixo dos 5% anuais, devido às contínuas tensões com os Estados Unidos, ao impulso no sentido da autossuficiência, à elevada taxa de poupança, ao rápido envelhecimento da população e ao excesso de capacidade em vários sectores industriais. Embora o risco de uma crise financeira sistémica seja baixo, um aumento do crédito agravaria os riscos de incumprimento nos próximos anos. 

A orientação da China no sentido do reequilíbrio da sua economia, passando dos investimentos orientados para a exportação para um crescimento mais orientado para o consumo, será necessariamente reforçada pelos esforços de desvinculação comercial e tecnológica dos Estados Unidos, da União Europeia ou do Japão.

De acordo com o relatório, nos próximos anos, a China manter-se-á firme quanto ao aumento da sua autossuficiência tecnológica e da chamada dupla circulação, que procura melhorar a circulação interna da procura e da oferta com o objectivo de elevar a robustez da economia do país face às crises externas. "Em 2021, num contexto de contenção da pandemia, é provável que o consumo e os investimentos empresariais cresçam fortemente, devido ao menor impacto do  coronavírus nos gastos dos consumidores e à melhoria da rentabilidade. O principal risco para o crescimento da China seria a materialização de uma nova vaga ou de uma maior propagação de variantes do vírus, que afectem o crescimento global que impulsiona as exportações chinesas", lê-se no documento.

Outro risco para o crescimento é o conflito comercial com os Estados Unidos. A actual Administração norte-americana não levantou as barreiras alfandegárias e não se pode descartar uma nova escalada nesta disputa comercial. A elevada dívida pública continua a ser um problema. A médio prazo, a Administração chinesa enfrenta um difícil equilíbrio entre o apoio ao crescimento económico e uma desalavancagem ordenada. Em linha com o forte aumento do crescimento, as autoridades começaram a endurecer as políticas monetárias e a reduzir as ajudas fiscais. A chamada dívida pública aumentada, que inclui o governo central, os governos locais, os seus veículos de financiamento e outras actividades extraorçamentais, ascenderá, segundo os cálculos do FMI, a 96% do PIB este ano. Ainda mais preocupante é a dívida empresarial, que se situa em cerca de 160% do PIB. A dívida das famílias é inferior, próxima dos 60% do PIB, mas não parou de crescer nos últimos cinco anos como consequência dos empréstimos hipotecários.