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IMI rendeu 1.461 milhões de euros em 2017

 

IMI rendeu 1.461 milhões de euros em 2017

27 de janeiro de 2018

Em 2017, as receitas do IMI deverão ter ascendido aos 1.461 milhões de euros, a que se somam 851 milhões de euros de IMT, ou seja, um total de mais de 2,3 mil milhões, valor ao qual acresce o AIMI, a situar-se nos 130 milhões de euros.

Impostos que na opinião da AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, devem ser revistos de imediato pelo Governo e actuar para resolver incongruências graves, em especial a tributação dos stocks de imóveis detidos para venda, por parte das empresas que se dedicam à sua construção e venda. Isso agrava o preço das casas e limita a oferta.

Reis Campos, presidente da AICCOPN, recorda que "o pagamento de IMI sobre os stocks de habitações detidas para venda por parte das empresas do sector, e que foi recentemente agravado com o AIMI, o IMI para o Estado, está a penalizar de forma injusta, os empresários do sector da construção".

Em comunicado, a associação, refere que este é um imposto sem qualquer justificação plausível, porque incide sobre activos que são o equivalente, na construção, a mercadorias em armazém que ainda não foram vendidas. "E, como não há qualquer isenção de AIMI para as empresas, esta taxa adicional aplica-se a todo o tipo de casas, em particular aquelas que se destinam à generalidade das pessoas, mas com maior impacto junto dos mais jovens e nos territórios fora dos centros das grandes cidades", acrescenta. "Este é um setor discriminado face aos restantes, como a própria Administração Fiscal já reconheceu, e penaliza-se tanto o tecido empresarial como os preços da habitação".

A AICCOPN refere que este é o momento certo para actuar, antes que a máquina fiscal proceda ao apuramento e liquidação destes impostos e alerta para a necessidade de equilibrar a tributação do imobiliário, num momento em que se regista a cobrança mais elevada de sempre, neste domínio.

O Presidente da AICCOPN identifica a fiscalidade incidente sobre o imobiliário como "um dos maiores entraves ao correcto ajustamento do mercado" e considera que "o Estado não pode continuar a olhar para o imobiliário enquanto uma fonte inesgotável de receitas, alheando-se das suas responsabilidades, como garantir o acesso da população a um bem fundamental, como é a habitação. As empresas estão a desenvolver um grande esforço para não repercutir estes custos nos preços dos imóveis que vendem, absorvendo prejuízos que causam graves problemas de tesouraria, situação que é mais grave nas cidades do interior que, infelizmente, não estão ainda a assistir a um dinamismo económico como aquele que se sente no centro de Lisboa ou do Porto".

A AICCOPN reclama uma visão estratégica e equilibrada para o mercado imobiliário e espera que o Governo, que está a preparar a designada "Nova Geração de Políticas da Habitação", atue neste domínio e atenue estes desequilíbrios induzidos pela carga fiscal sobre o património. "Está em causa a capacidade de atrair investimento para este mercado, de forma a que se possa aumentar a oferta de casas, tanto para aquisição como para arrendamento, reequilibrar a oferta e a procura e promover o alargamento da Reabilitação Urbana a todo o território nacional", considerando a Associação que, para tal, "o acesso a financiamento e uma fiscalidade justa e equilibrada, são condições fundamentais". A estabilidade e credibilidade do sistema fiscal é essencial e não é possível continuar a penalizar as empresas, em especial aquelas que, há muito, desenvolvem a sua actividade e criam emprego no interior do país e que são duplamente penalizadas pela falta de crescimento económico e por impostos excessivos.