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Garrafas de plástico ajudam a melhorar habitações

 

Garrafas de plástico ajudam a melhorar habitações

 

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Garrafas de plástico ajudam a melhorar habitações

 

Garrafas de plástico ajudam a melhorar habitações

 

Garrafas de plástico ajudam a melhorar habitações

12 de janeiro de 2017

A reportagem vem hoje publicada no website do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) mas a técnica construtiva, há algum tempo, vem sendo defendida para melhorar condições de habitabilidade precárias.  

Russell Fraser, do ACNUR, relata o que viu: “No remoto deserto do sudoeste da Argélia, um jovem refugiado Saharaui enche garrafas vazias com areia para construir habitações resistentes naquele local de difícil clima.

Com formação em eficiência energética, o refugiado saharaui Tateh Lehbib Breica tinha em mente construir uma casa energeticamente eficiente no deserto, usando garrafas vazias para construir um telhado  “verde” (vegetal).

Mas como a forma circular do telhado apresentava alguns desafios de construção, o jovem de 27 anos reparou que tinha garrafas de sobra para o fim que lhes destinava, que era cultivar plantas.

Cerca de 150 mil pessoas refugiadas há mais de 40 anos

“Perguntei-me a mim mesmo: o que posso fazer com isto?”, Interrogou-se Breica, que nasceu e cresceu num acampamento de refugiados saharauis, frequentou a universidade de Argel graças a uma bolsa da DAFI (UNHCR's higher education scholarship programme) e concluiu um mestrado numa universidade espanhola.

“Lembrei-me de um documentário que tinha visto…sobre construção com garrafas de plástico e pensei: Porque não tentar?”.

Nos campos de refugiados saharauis no extremo sudoeste do território argelino – onde vivem há mais de 40 anos cerca de 150 mil saharauis impedidos de regressar à sua terra por a mesma ter sido ocupada em 1975 pelo Reino de Marrocos - erguer casas capazes de resistir às dificultades climáticas do deserto é um tremendo desafio.

E a reportagem de Russell Fraser, da ACNUR prossegue:

As casas construídas com tijolos de adobe são vulneráveis às fortes chuvas que, por vezes, se abatem sobre o Deserto do Sahara, foi o que ocorreu em finais de 2015 quando um medonho temporal destruiu milhares de casas e tendas…”

 

O “louco” das garrafas vazias…

A primeira casa que Breica construiu usando garrafas vazias enchidas com areia foi para a sua avó, que caminhava com dificuldade depois de ter ficado ferida em consequência da derrocada da sua casa causada pelo temporal.

Além de possuir uma melhor resistencia estrutural à àgua, a casa circular de paredes grossas que construiu também resiste melhor ao vento e e impede com mais eficácia que entre o penetrante pó e as medonhas rempestades de areia conhecidas por “haboobs”.

A experiência do jovem refugiado convenceu plenamente os técnicos do ACNUR, cientes que esta forma de construção se traduz em casas mais resistentes e duradouras.

Segundo revela a reportagem: “Agora, com um projecto financiado pelo Fundo de Inovação do ACNUR, o jovem Breica está trabalhando com a Agência da ONU para os Refugiados na construção de 25 casas usando garrafas plásticas cheiras de areia em vez dos tijolos de adobe no cinco acampamentos de refugiados: Awserd, Bojador, Dakhla, Smara e El Aaiún. As casas, que estarão prontas este mês, destinam-se a pessoas vulneráveis”.

Recentemente uma revista da Argélia atribuiu ao jovem Breica o prémio de “Personalidade do Ano 2016”. Mas ele continuará a ser conhecido entre os seus conterrâneos como o “Louco das Garrafas”. “As pessoas continuam a ver-me como aquele rapaz obcecado em aproveitar garrafas vazias e construir casas incomuns”, afirmou a Russell Fraser, do ACNUR.