CONSTRUÍMOS
NOTÍCIA
Actualidade

 

Fecho ao trânsito da Avenida da Liberdade coloca empregos, turismo e serviços em risco

23 de maio de 2022

A associação Avenida da Liberdade, que representa as lojas, hotéis, restaurantes e serviços, estima que as mudanças no trânsito da cidade, com o fecho da Avenida aos domingos e feriados, terá um enorme impacto económico em todas as áreas, provocando quebras de receitas na ordem dos 18 a 20%. 

Com essa quebra de facturação, que levará ao encerramento de espaços ao domingo e feriados, prevê-se também um impacto muito visível ao nível do emprego, podendo levar a uma redução de 200 a 300 postos de trabalho.

Haverá repercussões em todas as áreas desde a hotelaria à cultura, passando pela restauração e por todos os serviços: a redução da circulação trará um impacto comercial muito grande e uma redução na actividade comercial da principal avenida de Lisboa. Estas consequências serão nacionais pois irá afectar a dinâmica do turismo, sendo este o grande motor do crescimento do PIB e dos principais criadores de emprego. 

Para Pedro Mendes Leal, Presidente da Associação Avenida da Liberdade, "o desenvolvimento da cidade não pode ser feito contra as pessoas que cá moram e cá trabalham. Os domingos e feriados são dos dias mais dinamizadores das salas de espetáculos, dos restaurantes, da hotelaria, das lojas e diferentes serviços. Esta decisão, tomada sem estudos e sem um diálogo com as pessoas, trará consequências para os negócios. Percentualmente falamos de uma diminuição de faturação em todos os sectores de cerca de 18 a 20%".

Além disso, os trabalhadores de diversos sectores de actividade serão prejudicados no seu rendimento de trabalho mensal: se muitos espaços registarem quebras de actividade e tiverem de encerrar ao domingo e feriados, verão reduzido o seu rendimento, já que domingos e feriados são remunerados a valores mais altos que os dias úteis.

Na área da cultura, esta medida trará uma redução na afluência às salas de espectáculo e possivelmente uma diminuição do número de espetáculos. O turismo, em particular a hotelaria, será prejudicado pois a logística de chegada e saída de hospedes será mais complexa. E tudo isso trará consequências para a vida da principal avenida da capital. 

Para a Associação, esta medida é inesperada e profundamente revoltante. "Não houve diálogo e em todas as áreas se prevê um impacto negativo. Aquela que é a principal Avenida de Lisboa precisa de lojas abertas, teatros cheios e hotéis a funcionar e para isso a acessibilidade é determinante", acrescenta Pedro Mendes Leal.

Recordando que na Avenida da Liberdade estão algumas das salas de espetáculo mais emblemáticas do país, "esta medida terá um impacto negativo e poderá implicar a redução das sessões de espetáculos ao Domingo", afirma Paulo Dias, do Teatro Tivoli BBVA.

Também no sector da hotelaria se prevê um impacto negativo devido à dificuldade logística de chegada e partida de hóspedes e que, a médio prazo, implicaria uma redução na procura dos turistas das unidades na Avenida, e cujo impacto se pode estimar entre 10 a 20% das noites vendidas.

Para a restauração, esta alteração trará prejuízos, depois de dois anos com elevadas restrições nos vários espaços devido a Covid19.