Procura inigualável por escritórios na Europa
Também o mercado de escritórios de Lisboa deverá seguir a tendência europeia. Após um balanço final de 2017 que se antecipa atingir os 150 000 m2, a procura deverá manter-se a um bom ritmo em 2018 e perante uma oferta ainda em desequilíbrio, as operações concretizadas em edifícios de qualidade e zonas centrais, poderão marcar uma subida ligeira dos valores de renda prime.
A recuperação da economia faz-se sentir desde 2009, mas foi sobretudo a partir de 2016 que o ritmo do mercado europeu se tem acelerado. Segundo a consultora Worx, o BNP Paribas Real Estate antecipa que esse crescimento irá fortificar-se ao longo dos anos, impulsionado pela procura.
No entanto, os dois maiores mercados europeus, Paris e Londres, têm comportamentos contrários à tendência global: em Paris, depois de dois anos de crescimento, prevê-se, agora, que o mercado caia nos próximos três anos. Em relação ao centro de Londres, estima-se que o mercado comece a observar uma recuperação da desaceleração induzida pelo Brexit, nos últimos quatro anos.
A tendência da vacancy rate (2016-2018) será para diminuir, em 2018.
Em contraste, os fortes fundamentos económicos levaram os mercados alemães a atingir, novamente, um novo máximo histórico. Outras cidades como Milão, Roma, Amsterdão e Bruxelas têm sido o reflexo da procura, nesta melhoria económica europeia global.
Uma vez mais, estima-se uma grande variação dos mercados, dos valores mínimos de 2,2%, em Berlim, aos mais altos em Helsínquia (14,0%). Estes dados reflectem o impulso da procura e da oferta.
Focando no comportamento do mercado alemão, prevê-se que as cidades alemãs deverão manter os preços médios e verificar um crescimento mais rápido no seu nível de rendas.
Em comunicado a Worx, revela que "certo é que o custo dos espaços traduz padrões de desocupação e de crescimento económico. Neste sentido, londre e paris continuarão a ser as cidades mais caras em termos de rendas. As cidades alemãs, apesar de uma queda na taxa de desocupação, não apresentam as rendas mais elevadas, devendo, no entanto, verificar um dos aumentos mais rápido de arrendamento para o ano de 2018; Berlim (7%), Frankfurt (4,2%), Hamburgo (2,2%) e Munique (2%)".
Com um crescimento das rendas que não deverá ser acentuado durante o ano de 2018, prevê-se um nível de investimento estável suficiente para garantir que os retornos totais não se tornem negativos para a maioria das cidades. Espera-se, assim, um retorno total em toda a Europa para uma média de 5,8% ao ano, dos quais 1,8% e 4,0% estão relacionados com o crescimento do capital e retorno da renda, respetivamente.
"Alerta-se, ainda, para casos em particular que podem contribuir para uma maior ou menor precisão desta previsão, como o caso “Catalunha”, medidas da Comissão Europeia e o período pós-brexit", lê-se.