Escola Básica Integrada do Parque das Nações abriu finalmente as portas
Depois de décadas de reivindicações, os moradores do Parque das Nações viram finalmente pronta a Escola Básica Integrada, um projecto de arquitecto Paulo Serôdio que abriu este ano as portas.
A escola tem a particularidade de ser no exterior um edifício sóbrio e regular que esconde, no interior, uma paleta de cores vibrantes e interpelativas que foram escolhidas para revestir paredes, tetos e, nalguns casos, até o chão de alguns compartimentos.As cores, do preto absoluto aos amarelos puros, azuis fortes, vermelhos e verdes cobrem paredes, chão e tetos, introduzindo um elemento de novidade que, com a luz, convidam à experiência dos espaços.
A escola pretendeu romper com a monotonia dos espaços escolares sem personalidade, propondo, através da cor, uma experiência de uso alternativo em toda a escola.
A escola fica situado na zona sul do Parque das Nações, onde, desde 2010, estavam já instaladas as salas de aula do Jardim-Infantil e do 1.º Ciclo.
Uma década de espera
Há mais de 10 anos que a população reivindicava o alargamento da escola até ao 9º ano. Está é, portanto, uma obra muito ambicionada pela comunidade que chegou a fazer abaixo-assinados e várias manifestações a pedir a conclusão da construção da escola.
A segunda fase do projecto, agora concretizada, pretendeu ampliar o edifício de modo a acomodar os níveis de ensino seguintes, acrescentando seis mil metros quadrados de área construída.
O novo edifício é um volume paralelepipédico com três pisos: o Piso Térreo, virado para o interior do recinto onde se encontram os gabinetes de trabalho dos docentes, serviços de apoio aos alunos e funções singulares da escola, como a biblioteca e a área informal e de lazer dos alunos ligadas à cafetaria e refeitório.
Um corpo interligado
A nova escola é um corpo monolítico extenso composto por três pisos com uma galeria que liga diversos espaços térreos interiores e os recintos exteriores.
Toda a escola obedece a uma lógica de organização dos espaços de aula, de pausa, de recreio e dos espaços de circulação, que estimula o cruzamento dos percursos de rotina e dos espaços de encontros informais dos alunos e dos professores. O objectivo foi pensar a escola como um lugar de múltiplas aprendizagens, partilhas e interações entre todos.
O poder da cor (e da sua total ausência)
Em absoluto contraste com o invólucro do edifício, o interior imprime-se de cor que se expande pela escola através de uma palete cromática radical que serve ainda de informação de orientação e de organização do espaço.
As cores, do preto absoluto aos amarelos puros, azuis fortes, vermelhos e verdes cobrem paredes, chão e tetos, introduzindo um elemento de novidade que, com a luz, convidam à experiência dos espaços.
Escadas, corredores, átrio, biblioteca, refeitório, sala de música e sala de artes são profusamente coloridos. A cor é aqui uma ferramenta de perceção individual dos espaços, que dá a descobrir aos alunos a sua influência na perceção da dimensão, do distanciamento e da relação entre superfícies. Essa interação com a cor é, simultaneamente, estética, psicológica, fisiológica, simbólica e reporta-se à nossa consciência, constituindo um processo pedagógico em si mesmo.