Cinco previsões para o mercado imobiliário em 2020 - pela Housers
A plataforma de crowdfunding Housers, antecede o ano de 2020 partilhando as tendências que irão marcar o próximo ano e os desafios que se aproximam.
As cinco previsões da Housers sobre o sector imobiliário:
1. Novas formas de gerir imóveis
As novas formas de gestão de imóveis surgem como uma tendência crescente no sector: actores de gestão de activos (asset management, denominação utilizada nos sectores financeiros e imobiliários) surgem no mercado e estima-se que continuarão a crescer e a consolidar-se, contribuindo para uma maior profissionalização e inovação no setor, assim como novas práticas e benefícios para os proprietários.
2. Prova de fogo às medidas regulatórias
Há uma década vivíamos uma fase de optimismo semelhante à que se vive actualmente, mas com diferenças estruturais em factores-chave, como a concessão de crédito. A meio de 2019, o Banco de Portugal pôs um travão à concessão de crédito de habitação, tomando medidas para evitar que se repetissem os erros da crise de 2009. Em 2020 confirmar-se-á o efeito deste travão, que foi considerado "suficiente" e "necessário" pelo Comité Europeu de Risco Sistémico (CERS).
3. Consolidação do uso de Big Data
As novas tecnologias estão a chegar a todos os sectores e o imobiliário não é excepção. O uso de Big Data tem crescido no sector, mas há ainda muito espaço para inovar e desenvolver novas ferramentas. O desenvolvimento do uso de algoritmos para obter informação com indicadores precisos do mercado, permitindo um maior conhecimento por parte de todos os stakeholders, contribuirá para uma actuação mais rápida, acentuando a competição num mercado já vigoroso.
4. Procura de equilíbrio entre oferta e procura
A crescente procura de imóveis, que continuará em 2020, significa que o setor está saudável e é, portanto, um bom sinal para o mercado. O desafio será, no entanto, responder a esta procura, e neste tópico as administrações públicas podem ter uma grande influência: têm o poder de desbloquear os terrenos disponíveis para construção, o que permite a criação de novos empreendimentos imobiliários. Consegue-se assim equilibrar o mercado com a criação de mais oferta, que modera também a subida de preços.
5. Desafio das discrepâncias geográficas
Apesar de se assistir a uma maior procura no sector imobiliário por todo o país, esta não é igual de região para região, podendo-se dizer que o mercado se move a duas velocidades distintas. No primeiro semestre deste ano, segundo o INE, as rendas aumentaram em 9,2% por todo o país face ao semestre homólogo do ano passado. No entanto, durante este período, em certas áreas do país o valor das rendas situou-se acima da média nacional: na Área Metropolitana de Lisboa, na Área Metropolitana do Porto, no Algarve e na Madeira. Apesar deste desequilíbrio se tratar de um problema estrutural, para o qual é preciso uma articulação das entidades públicas e privadas do sector, ainda há trabalho a fazer para amenizar estas discrepâncias. A obtenção de financiamento alternativo, um mercado com margem para crescer e amadurecer, pode ajudar promotores que queiram desenvolver projectos em locais estratégicos que permitam o escoamento da pressão demográfica sobre os grandes centros urbanos.
Segundo David Diogo, Real Estate Director da Housers em Portugal, "nos últimos dois anos de actuação da Housers no mercado português, temos assistido a um desenvolvimento saudável do sector imobiliário. Houve uma recuperação no sector da construção com a ajuda de investimento nacional e estrangeiro. Só através da Housers, captaram-se mais de 6 milhões de euros para projectos de construção em Portugal, sendo mais de 75% proveniente de investimento estrangeiro. As perspectivas para 2020 são positivas – prevemos novos desafios no mercado imobiliário, mas a solidez com que se apresenta o sector faz-nos crer que serão facilmente ultrapassados".