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Opinião

 

O futuro do Turismo

6 de maio de 2020

Foi com total surpresa e sem aviso prévio que em finais de fevereiro de 2020, a pandemia do Covid 19 começou a paralisar toda a atividade turística a nível mundial. As fronteiras começaram a fechar, as ligações aéreas foram interrompidas e as atividades turísticas (hotéis e unidades de alojamento, agências de viagens, empresas de animação e outros) foram forçados a encerrar por via de determinação legal ou pura e simplesmente por ausência total de clientes.

Em cenários anteriores de crise económica, instabilidade política ou social, as empresas do setor já tiveram de lidar com quebras significativas da sua atividade, mas nunca com um cenário de paragem total e sem qualquer receita. Esta situação põe naturalmente em causa a sustentabilidade económica de muitas empresas e setores que se vêm confrontados com a necessidade de suportar as suas estruturas de custos fixos e as suas equipas e tal será manifestamente impossível se não houver apoios estatais e comunitários.

Acredito que se trata de um cenário transitório e, embora ainda longe do fim, já se começa a vislumbrar alguma luz ao fundo do túnel e a atividade económica já está a iniciar a sua retoma.

Para o setor do turismo e em particular para a hotelaria, diria que a retoma passará por várias fases, mas o regresso à “normalidade” só acontecerá com a surgimento de um medicamento ou vacina que restabeleça totalmente a confiança dos clientes.

Enquanto tal não acontece, as empresas terão de adaptar os seus serviços implementando medidas adicionais de higiene e segurança, de distanciamento social e garantindo o bem-estar dos seus colaboradores com equipamentos de proteção individual com o objetivo de minimizar os riscos de contágio e procurar retomar a confiança dos consumidores

Acredito que o Virus não tem capacidade de acabar com o desejo de viajar, de conhecer os vários destinos, as suas culturas, monumentos, gastronomia e música, mas teve a capacidade de suspender provisoriamente esse desejo.

2020, será certamente um ano difícil e diferente, com redução substancial da procura que se limitará essencialmente ao turismo interno e com padrões de serviço adaptados a esta realidade.

As empresas poderão inovar e desenvolver serviços adicionais, como seja, o take away de refeições e mercearia desenvolvidos pelo grupo Vila Galé e desenvolver planos de serviço consistentes que garantam a confiança que os clientes procuram.

Contrariamente ao que muitas vezes tem circulado, não acredito que surjam alterações duradouras no funcionamento dos serviços, com exceção de mais soluções digitais e o crescimento de teletrabalho onde seja viável.

Gonçalo Rebelo de Almeida

Administrador do Grupo Vila Galé

*Texto escrito com novo Acordo Ortográfico