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É preciso criar ferramentas para que sejam as empresas portuguesas a reter capital e a crescer

7 de abril de 2020

É muito difícil conseguir prever o que vão ser os próximos dias do imobiliário. Uma coisa que garanto é que, o imobiliário está cá para ficar e a retoma irá sempre acontecer. Mas quando pode esta retoma acontecer?

Estamos neste momento a viver um declínio no imobiliário, decréscimo das vendas, decréscimo da procura, diminuição drástica da confiança dos consumidores. As medidas de quarentena obrigatória vão começar a trazer efeitos mas, o risco que tudo volte para trás ou que haja uma segunda vaga, continua a ser grande.

Uma vez alcançado o ”fundo do poço”, que parece não faltar muito, visto os números aparentarem melhorias, a recuperação pode aparecer logo de seguida. Apenas depende do nosso governo e das medidas que possam ser tomadas. Da mesma forma que após a crise de 2008 o imobiliário foi um impulsionador da retomada da economia, acredito que agora também o possa ser. Está na hora de rever as medias de captação de investimento estrangeiro. Foram estas medidas que nos tiram da crise de 2008, são essas medidas que nos podem ajudar agora também.

Portugal é um país muito pouco capitalizado e dependemos muito do capital estrangeiro. Há que saber acolhe-lo da melhor maneira e ao mesmo tempo criar ferramentas para que sejam as empresas portuguesas a reter capital e a crescer, não ficando assim tão dependentes.

Com a retoma, considero que muitas oportunidades vão surgir, a mudança de perspectiva que fomos obrigados a assumir durante este período, vai trazer a criação de novos modelos de negócio. E neste aspecto, o nosso país sempre foi aventureiro e de sucesso!

Os dias que estamos a viver e que vamos viver nos próximos tempos, são de muita incerteza. Só considero que o risco esteja controlado quando existir uma cura para aquilo que nos obriga hoje a ficar em casa”.

Vasco Pereira Coutinho

CEO Lince Capital