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Há 15 anos que o número de casas à venda em Portugal não era tão baixo...

31 de janeiro de 2023

O ano de 2022 terminou com um registo de oferta residencial em mínimos de cerca de 15 anos, contabilizando-se cerca de 47.200 fogos para venda em Portugal Continental no 4º trimestre do ano, conforme apurado pela Confidencial Imobiliário no âmbito da base de dados SIR-Sistema de Informação Residencial. Da oferta contabilizada no 4º trimestre, 17.600 são fogos novos (37%) e 29.600 são usados (63%)

Este é o volume trimestral de oferta mais baixo desde meados de 2007 e consolida dois anos de sucessivas reduções na carteira de habitações disponíveis para venda no país.  Pese embora estas contracções serem ténues, reflectem uma trajetória persistente, de tal forma que os 47.200 fogos registados no 4º trimestre de 2022 ficam 25% abaixo dos níveis observados no arranque de 2021, quando se contabiliza um volume de cerca de 63.000 unidades.


Pouca oferta, valorização alta!

De acordo com Ricardo Guimarães, director da Confidencial Imobiliário, “a tendência de redução da oferta tem sido visível tanto na habitação nova como na usada, reflectindo a dupla circunstância de existir uma baixa capacidade de reposição de produto novo e uma procura em expansão, o que tem resultado também num elevado ritmo de absorção dos fogos existentes. Esta falta de oferta estrutural continua a ser uma das principais razões para que o ritmo de valorização se mantenha tão elevado.“

A tendência de redução da oferta tem sido especialmente evidente nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto. No 4º trimestre de 2022, as empresas participantes do SIR reportavam um total de 20.700 fogos em oferta na região de Lisboa, também um mínimo de 15 anos e em contraste com um stock trimestral na ordem dos 29.000 registados dois anos antes. Mas, mais importante, em menos de metade do que eram os padrões deste mercado nos anos 2009 e 2010, quando o stock em oferta por trimestre superava as 50.000 unidades.

Na Área Metropolitana do Porto, o volume de oferta no 4º trimestre de 2022 somava pouco mais de 7.000 unidades. Nesta região, ainda que a oferta apresente um comportamento menos consistente - com os trimestres a oscilarem entre um comportamento de redução e de expansão-, a realidade de mercado é também actualmente bastante diferente do virar da década anterior. Entre 2009 e 2012 a região Metropolitana do Porto chegou a ter mais de 20.000 fogos por trimestre em oferta. No caso desta região, apesar da tendência de decréscimo, o stock do 4º trimestre não é o mais baixo de 15 anos, equiparando-se à realidade de meados de 2019.