Segurança não é um custo mas um investimento
O sector da segurança é um dos que mais tem evoluído nos últimos anos e os responsáveis pelas empresas de todas áreas têm cada vez mais consciência que a segurança não é um custo e que deve ser encarada como um investimento.
Quem o refere é Maria João Conde, secretária geral da APSEI - Associação Portuguesa de Segurança, no âmbito da 5ª edição do “NFPA-APSEI Prevenção e Segurança 2014”, evento que se realiza no Centro de Congressos do Estoril entre 29 de Setembro e 1 de Outubro.
O congresso é organizado pela APSEI em parceria com NFPA - associação norte-americana National Fire Protection Associations, líder mundial na protecção contra incêndio, cujos mais de 300 códigos e normas influenciam o projecto, construção e exploração de edifícios em todo o mundo.
De que forma a segurança é importante para o imobiliário? Qual o peso que tem e que pode ter neste sector?
A segurança é importante em todas as áreas de atividade, o imobiliário e, a construção em particular, não são exceção. Os responsáveis pelas empresas de todas áreas têm cada vez mais consciência que a segurança não é um custo e que deve ser encarada como um investimento. Mais do que estimar os custos da segurança, os gestores devem avaliar os custos da não segurança (por exemplo, os custos dos acidentes de trabalho na construção; os custos de um incêndio numa unidade industrial que destrói os meios produtivos e os postos de trabalho; os custos associados a um roubo de equipamento informático de empresa, que pode afetar informação critica do negócio). Sem ambientes de trabalho seguros não há produção, nem produtividade, nem continuidade das atividades económicas e sociais.
No último estudo do sector conhecido, que data de 2009, o mercado imobiliário (residencial e escritórios) era o maior mercado consumidor de equipamentos e serviços de instalação de segurança, com um valor estimado de 160 milhões de euros.
Qual a evolução da segurança em Portugal em matéria da construção?
No âmbito dos sistemas e produtos de segurança presentes nos edifícios portugueses, o Regime Jurídico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios, em vigor desde 2009, e a nova Lei da Segurança Privada, publicada o ano passado, têm contribuído para a melhoria significativa das condições de proteção e segurança nos nossos edifícios.
Por sua vez, se falarmos de segurança no trabalho, a construção continua a ser o setor mais afetado por acidentes. Segundo dados da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), cujo inspetor-geral estará na sessão de abertura do nosso evento, nos últimos três anos o número de vítimas mortais na construção tem diminuído (43 mortes em 2012, 24 em 2013 e 28 em 2014).
E dos edifícios e reabilitação urbana?
Apesar do aumento generalizado das condições de segurança nos últimos 30 anos, atualmente ainda nos deparamos com importantes desafios na proteção contra incêndio. Por exemplo, a implementação das medidas previstas no Regime Jurídico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios em vigor nos edifícios existentes tem sido muito difícil e, em muitos casos, impossível de concretizar, sobretudo no que diz respeito à acessibilidade e ao grau de prontidão do socorro.
Que inovações têm surgido no mercado?
Tem-se verificado no setor da segurança em edifícios uma tendência para a integração dos diferentes sistemas de segurança. Isto significa que os responsáveis pela gestão e exploração dos edifícios podem controlar e monitorizar os incidentes que ocorrem no interior das suas instalações de forma mais fácil, rápida, centralizada e eficaz. Por exemplo, consegue-se conjugar a videovigilância com os sistemas de deteção de incêndio, permitindo visualizar de forma imediata o local da ocorrência de um fogo.
Ao nível da segurança no trabalho na construção, a formação e sensibilização dos trabalhadores constitui uma importante medida de prevenção, a par da ergonomia e conforto dos equipamentos de proteção, aspetos que têm merecido uma atenção dos fabricantes em termos de inovação. Trabalhadores mais formados e melhor protegidos são mais produtivos.
Qual a importância deste evento?
O “NFPA-APSEI Prevenção e Segurança 2014” é o principal evento português na área da segurança para profissionais, sendo organizado pela APSEI em parceria com a associação norte-americana National Fire Protection Association, líder mundial na proteção contra incêndio, cujos mais de 300 códigos e normas influenciam o projeto, construção e exploração de edifícios em todo o mundo.
Esta será a quinta edição do evento que conta com mais de 1.000 metros quadros de dimensão no Centro de Congressos do Estoril, 25 expositores e cerca de 50 apresentações, divididas em três dias. Prevê-se a participação de 1.500 profissionais de segurança.
Este evento junta, num só espaço, durante três dias, oradores e formadores portugueses e estrangeiros, especialistas em segurança, com abordagens inovadoras; conferências em simultâneo sobre diversos temas que permitem que cada participante possa compor o seu programa conforme as suas áreas de interesse e possibilita o encontro de profissionais de segurança que não se conhecem, permitindo a criação de novas oportunidades de negócio.