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Demas Nwoko - Foto cortesia Bienal de Arquitectura de Veneza

Arquitecto nigeriano Demas Nwoko recebe Leão de Ouro de carreira na Bienal de Veneza

9 de maio de 2023

O arquitecto e artista nigeriano Demas Nwoko vai ser distinguido com o Leão de Ouro de carreira pela Bienal de Arquitectura de Veneza, que será entregue a 20 de Maio, na abertura da exposição internacional, em Itália.

Demas Nwoko nasceu em 1935 em Idumuje-Ugboko, no sul da Nigéria, filho de um Obi (governante tradicional nigeriano), fez as primeiras incursões na pintura, desenho e escultura na escola secundária de Benin City, e estudou Arquitectura no Nigerian College of Arts, Science and Technology em Zaria.

Nos anos de 1960, foi membro fundador da Sociedade de Arte de Zaria, grupo de artistas popularmente conhecido como os "Rebeldes de Zaria", que promoveu a síntese natural de um conceito de arte cunhado pelo artista Uche Okeke, que fazia a ponte entre a sua formação ocidental por educadores coloniais, e a concentração em temas e narrativas africanas.

Os “Rebeldes de Zaria” contribuíram para a vanguarda modernista pós-colonial na Nigéria no início da década de 1960, juntamente com os seus pares na literatura, no teatro e na música, sublinha um texto da organização sobre o galardoado.


Instituto Dominicano em Ibadan - obra de 1970 - Foto Bienal de Veneza


“Com toda a sua ênfase no futuro, parece inteiramente adequado que o Leão de Ouro para o Prémio Carreira seja atribuído a alguém cujas obras materiais abrangem os últimos 70 anos, mas cujo legado imaterial - abordagem, ideias, 'ethos' - ainda está a ser avaliado, compreendido e celebrado”, sublinha a curadora Lesley Lokko para justificar a proposta.

A primeira encomenda de arquitectura de Nwoko foi para construir o complexo para o Instituto Dominicano em Ibadan, uma das maiores cidades da Nigéria, em 1970, embora já tivesse iniciado o seu trabalho de arquitectura nos New Culture Studios em Ibadan, no final da década de 1960, de que foi fundador.

Os New Culture Studios em Ibadan actualmente funcionam como um centro de formação para as artes do espetáculo e centro de design.

Nwoko fundou igualmente a agora extinta New Culture Magazine, na década de 1970, uma publicação que documentava a arte e a cultura contemporâneas.


Bienal conta com 63 países

Com representações oficiais de 63 países, sendo Portugal e Brasil os únicos lusófonos presentes, a Bienal conta ainda com 89 participantes nas exposições e nos projectos especiais de “O Laboratório do Futuro”, na maioria de África e da diáspora africana, entre os quais o Banga Colectivo, gabinete de arquitectura de Luanda e Lisboa, e o atelier brasileiro Cartografia Negra.

A representação oficial portuguesa é feita pelo projecto “Fertile Futures”, com curadoria de Andreia Garcia, que aborda a escassez de água doce e a busca de soluções para a gestão sustentada de recursos hídricos, com base em sete casos nacionais.

O Pavilhão do Vaticano tem por comissário o cardeal José Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, com um projecto do arquiteto Álvaro Siza e curadoria do arquitecto Roberto Cremascoli.

Lusa/DI