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Sustentabilidade

 

Construir edifícios que sejam “reutilizáveis”

20 de janeiro de 2017

Portugal candidatou-se a apoios de seis milhões de euros do programa europeu EEA Grants para financiar projectos baseados na economia circular, no sector da construção, abrangendo soluções eficientes em termos de utilização de recursos.

"A candidatura do EEA Grants de seis milhões de euros é para desenhar projectos inovadores e demonstrativos e o sector que escolhemos foi o da construção", disse hoje à Lusa o ministro do Ambiente.

João Matos Fernandes falava à margem do primeiro 'workshop' Eco.nomia, sobre economia circular, dedicado ao sector financeiro, a decorrer hoje em Lisboa.

A escolha do sector da construção é justificada, refere o ministro, "porque o património construído que não vai voltar a ser utilizado é ele próprio um banco de materiais fabuloso que pode voltar a ser utilizado".

Mas, também porque o sector da construção em Portugal, com empresas portuguesas, mas muitas delas exportadoras, incorpora um conjunto de subsectores que "são muito importantes para a nossa economia e que têm já alguns deles práticas no domínio da economia circular e sobretudo têm centros tecnológicos e universidades com quem trabalham".

Metalomecânica, cortiça ou a cerâmica são os subsectores da construção apontados por Matos Fernandes a que, no entanto, podem juntar-se outros.

"Aquilo que queremos é contruir um edifício em que todo ele possa ser reutilizável", avançou o ministro.

 

Economia circular recebe outros financiamentos

A candidadtura ao EEA Grants, que reúne Noruega, Islândia e Liechtenstein, chamada Eco.constroi: economia circular no ambiente construído, destina-se a projectos de economia circular ao longo de toda a cadeia de valor de construção, da concepção aos componentes e materiais.

"Esta candidatura foi muito bem acolhida pelas agências de inovação norueguesas e islandesas, que deixaram expressas a vontade de poder vir a colaborar ativamente com os promotores dos projectos", referiu o ministro na sua intervenção no 'workshop'.

A economia circular recebe outros investimentos, nomeadamente através do Fundo Ambiental, que entrou em vigor no início de Janeiro, com um milhão de euros para projectos de requalificação da actividade desenvolvida pelas PME (pequenas e médias empresas) Líder e Excelência, para planos regionais na área industrial (dirigidos às comissões de coordenação de desenvolvimento regional - CCDR e a municípios), para roteiros em aglomerados urbanos e industriais (entidades de gestão de portos, parques industriais e plataformas logísticas) e para propostas dos "Clusters de Competitividade" identificados pelo IAPMEI.

Também o Fundo em Inovação, Tecnologia e Economia Circular (FITEC) foi dotado com 10 milhões de euros do Fundo de Carbono de 2016, que se juntam aos cinco milhões do IAPMEI, para financiar projectos de interface entre universidades, centros tecnológicos e empresas, referiu ainda o ministro.