
Lisboa: autarquia debate hotel no Palácio Almada Carvalhais
A Câmara de Lisboa discute esta quinta-feira uma proposta do vereador do Urbanismo para aprovação do projecto de arquitectura de reabilitação do Palácio Almada Carvalhais, no Conde Barão, que é Monumento Nacional, para ser um hotel de cinco estrelas.
De acordo com a proposta de Manuel Salgado (PS), o projecto "prevê na generalidade a manutenção da volumetria existente do edifício original do palácio", que terá "cobertura em terraço com áreas de piscina, apoio e bar".
O Palácio Almada Carvalhais, no Largo Conde Barão, pertenceu aos provedores da Casa da Índia, tendo sido mandado construir no século XVI por Rui Fernandes de Almada, banqueiro e feitor da Flandres.
Sofreu sucessivas fases de construção e decoração até ao século XVIII, resultando numa arquitectura renascentista e barroca.
O projecto de alteração, ampliação e reabilitação do edifício para ser uma "unidade hoteleira de cinco estrelas com a capacidade de 64 unidades de alojamento" foi apresentado ao município pelo proprietário, o Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Sete Colinas, através de um pedido de licenciamento, em Janeiro de 2018.
A Direcção-Geral de Património Cultural,entretanto, já deu "parecer favorável condicionado, reiterando a necessidade de acompanhamento por aquela entidade dos trabalhos previstos de reforço estrutural do átrio seiscentista, nomeadamente quanto ao nível de desmonte das estruturas existentes e do arco de entrada, assim como aos resultados da conclusão dos trabalhos de arqueologia em curso".
"O projecto de arquitectura apresentado, prevê na generalidade a manutenção da volumetria existente do edifício original do palácio", lê-se na proposta de Manuel Salgado, apontando que serão "mantidas quer a altura das fachadas de 16,86 metros, quer a altura da edificação de 18,90 metros".
Está prevista ainda "uma nova área de ampliação (com a demolição da antiga garagem) possuindo quatro pisos acima da cota de soleira original e um piso em cave destinado a estacionamento e áreas técnicas", com "ligação ao palácio ao nível dos pisos 1 e 2".
Um imóvel que é Monumento Nacional mas estava votado ao abandono
"O novo edifício proposto terá cobertura em terraço com áreas de piscina, apoio e bar, assim como área técnica a norte dissimulada com sistema de recobrimento vegetal, não ultrapassando as alturas indicadas do edifício principal. A construção deste novo edifício vem igualmente permitir uma intervenção mais contida no edifício do palácio", sustenta-se na proposta.
Classificado como Monumento Nacional, datado do século XVI, este imóvel preserva traços identitários da sua origem arquitectónica renascentista, entre os quais se destacam o claustro, as arcadas, as abóbadas, frescos e alguns painéis de azulejos.