

Lisboa: Pastelaria Suíça fecha ao fim de 96 anos
A pastelaria Suíça, em Lisboa, em plano Rossio, encerra hoje permanentemente, depois de o quarteirão onde se localiza desde 1922, no Rossio, ter sido comprado pela Mabel Capital com o apoio financeiro da Harald McPike e do fundo Jackyl.
Para o presidente da Associação de Dinamização da Baixa Pombalina, Manuel Lopes, “o problema é complexo”, um “ciclo de vida que está a acontecer”.
“Temos de ser claros e dizer que muitas das lojas encerradas cumpriram um ciclo de vida. Isto é como tudo: os anos vão passando as empresas fazem-se velhas, os administradores também se fazem mais envelhecidos e, se não houver sucessão, a empresa ou é vendida ou encerra pura e simplesmente”, disse.
Manuel Lopes destacou que o número de lojas a encerrar, “de facto, é elevado neste momento”.
“Infelizmente muitas das lojas não teriam possibilidades de continuidade, dado à sua forma de estar e o seu não aproveitamento da proximidade àquilo que é hoje o comércio e os serviços, mas há infelizmente um número elevadíssimo de um conjunto de lojas históricas que não deviam nem poderiam ser encerradas, porque elas tinham viabilidade e fazem parte da história da nossa Baixa”, considerou.
“A reabilitação - também temos que ser pragmáticos - ela tinha que acontecer, todos aplaudimos a reabilitação, o que não aplaudimos é a forma como estão a ser encerrados estabelecimentos que deveriam ter continuidade”, acrescentou, salientando que, devido ao actual mercado de arrendamento, “poucas empresas dirigidas ou na posse de portugueses têm condições de pagar aquilo que o mercado exige”.
Quem procurar na internet por Pastelaria Suíça, encontra que o espaço está "encerrado permanentemente".
No caso da Suíça, houve a venda do quarteirão onde se localiza e os empresários terão chegado a acordo para sair do espaço.
A icónica pastelaria ainda se candidatou ao programa municipal “Lojas com História”, mas acabou por desistir.
Numa carta enviada à Câmara de Lisboa a 15 de junho, e à qual a agência Lusa teve acesso, o proprietário revelou que se afigurava necessário “o encerramento da Pastelaria Suíça, pelo menos no espaço que agora ocupa”.
“Sucede que, desde o momento da aludida candidatura até à presente data, ocorreram várias vicissitudes que tiveram, e têm tido, um impacto negativo na exploração comercial da Pastelaria Suíça, impossibilitando a sua viabilidade, subsistência e continuidade no futuro”, refere a carta, assinada por Fausto Roxo.
Por isso, continua o texto, os proprietários desistiram do processo de candidatura a esta classificação, “dado que o mesmo deixou de se justificar”.
Lusa/DI