Logo Diário Imobiliário
CONSTRUÍMOS
NOTÍCIA
JPS Group 2024Porta da Frente
Actualidade
Hoteleiros contra futura taxa turística do Porto na habitação

 

Hoteleiros contra futura taxa turística do Porto na habitação

24 de agosto de 2017

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) está contra a proposta da Câmara do Porto de criar uma taxa turística destinada "a compra de património para arrendamento", defendendo a aplicação da verba "no desenvolvimento e promoção turística".

Em comunicado, a AHP defende ainda que "deve haver diálogo entre a Câmara e as associações em representação dos hoteleiros e demais parceiros da actividade turística", disponibilizando-se para, "em conjunto com a autarquia e seus associados, encontrar soluções e ideias para ajudar a resolver de forma equilibrada os problemas de crescimento do turismo no Porto".

A AHP acrescenta que "já se pronunciou no âmbito da consulta pública" do regulamento da Taxa Turística do Porto, iniciada após a aprovação pelo executivo a 4 de Julho, para recolher contributos com vista à criação de uma taxa em 2018, sendo que o actual presidente da Câmara, Rui Moreira, já revelou que se for reeleito, pretende aplicar a receita na redução "da pegada turística", designadamente conseguindo habitação a um custo ajustado à classe média.

A associação discorda do "caminho que a autarquia pretende seguir, ao propor que a verba resultante da taxa turística reverta para a compra de património a disponibilizar para arrendamento aos munícipes".

Raul Martins, presidente da AHP, adianta no comunicado que "não podemos estar de acordo com taxas turísticas que se destinem a investimentos que nada tenham a ver com o setor e que no fundo impõem à hotelaria o financiamento de compra de património como instrumento de intervenção no mercado imobiliário".

"Se se impõe aos hotéis e demais alojamento que cobrem taxas aos turistas por conta da Câmara, no mínimo as verbas devem ser aplicadas no desenvolvimento e promoção turística dos destinos", destaca a AHP, que se apresenta como "a maior associação patronal da indústria hoteleira, cujos associados representam mais de 60% do número de quartos da hotelaria nacional".

Desta forma, destaca a AHP, contribui-se "para a melhoria dos espaços frequentados pelos turistas, o que também beneficia directamente os habitantes".

Para a associação, "os privados devem participar nas propostas de aplicação dessas verbas em projectos e iniciativas efectivamente dedicadas a esse fim".

A AHP reconhece ser necessário "rever a política urbanística das cidades e o equilíbrio entre o desenvolvimento do turismo, a fixação de habitantes e a captação de investimento imobiliário".

Para isso, observa, "importa que as câmaras apoiem a habitação nas cidades, por forma a que a sua mobilidade seja melhorada, para que a capacidade de carga das diversas zonas não seja excedida e para que as infraestruturas, preparadas para uma determinado volume de utilização, não entrem em rotura".

A Câmara do Porto aprovou no início de julho, com o voto contra da CDU, a proposta que visa a criação, em 2018, da taxa turística na cidade, que, na opinião do presidente da autarquia, o independente Rui Moreira, deverá ser de dois euros.

Em reunião do executivo, o vereador da CDU, Pedro Carvalho, criticou "o ‘timing’" da proposta, afirmando que a autarquia devia remeter a discussão "para o debate eleitoral".

Na ocasião, em declarações aos jornalistas, Rui Moreira, frisou que, na prática, a proposta aprovada dá início à abertura de um período de discussão pública sobre a criação da taxa turística, que demorará mais de 30 dias.

De acordo com o autarca, a partir daí o novo executivo poderá decidir se quer ou não implementar a taxa, "seguramente a partir de 2018".

LUSA/DI