
Faltam produtos novos de qualidade e diferenciados no mercado
A AICE - Associação dos Industriais da Construção de Edifícios, revela que apesar do crescimento e optimismo no sector da construção ainda estamos longe de um cenário perfeito. Admite que se verifica alguma restrição na concessão de crédito bancário e apesar da construção nova dar sinais de recuperação, existe ainda escassez de produtos de qualidade no mercado.
Apesar desta alerta, está consciente que o sector da construção e imobiliário está optimista em relação ao futuro. Os números demonstram um confiante crescimento em Portugal e na Europa. Segundo o Eurostat – o sistema estatístico da União Europeia - os últimos dados apontam para um aumento de 3,2% na produção no setor da construção na zona euro e 2,7% na União Europeia (UE) em Abril, face ao mês homólogo de 2016. Na comparação com Março, a produção no sector da construção subiu 0,3% na zona euro e manteve-se na UE. Em Portugal, aumentou 0,2% em termos homólogos e manteve-se estável face a Março.
Ainda segundo o INE – Instituto Nacional de Estatística, o investimento em construção a nível nacional teve um crescimento de 2,8% registado no PIB, no 1º trimestre de 2017. As contas nacionais trimestrais do INE revelam que o Investimento em Construção registou uma variação positiva de 8,5% face ao período homólogo do ano passado, em resultado de um crescimento de 5%, face ao trimestre anterior, valor que compara com crescimentos de 0,6% no Consumo Privado e de 3,1% das Exportações.
Em comunicado a AICE congratula-se com este crescimento e assegura que se deve essencialmente à abertura da Banca para a concessão de crédito para aquisição de casa; à descoberta do imobiliário português por estrangeiros o que se terá iniciado com programas de atractividade de investimento, como o Golden Visa ou o Residente não Habitual e a um clima de confiança que se gerou com base nos bons resultados da economia Portuguesa.
Mesmo assim, Rui Rosa, vice-presidente da AICE, admite que um dos maiores entraves à actividade é ainda o facto de se verificar "alguma restrição na concessão de crédito bancário e alguma dúvida sobre a sustentabilidade do bom desempenho da economia portuguesa por parte de investidores e do próprio mercado".
Outro dos problemas levantados pela Associação diz respeito à construção nova, mesmo que esta comece novamente a dar sinais de recuperação, existe ainda escassez de produtos de qualidade e/ou diferenciados no mercado.
Rui Rosa assegura, que no centro das cidades a construção nova acompanha a reabilitação no dinamismo que a procura de produtos bem localizados tem vindo a imprimir impulsionada essencialmente pelo mercado estrangeiro. "Nas periferias começa a sentir-se alguma procura por produtos em que os fatores de procura são essencialmente; preço, área, estacionamento ou qualidade de projecto", conclui.
A AICE é a associação mais antiga do sector da construção e imobiliário, neste momento é a porta-voz das pequenas e médias empresas e com um crescimento na ordem dos 5% ao mês no número de associados.