Câmara de Lisboa discute projecto para edifícios abandonados na Av. Fontes Pereira de Melo
A Câmara de Lisboa discute hoje um projecto para requalificar um conjunto de três edifícios abandonados na Avenida Fontes Pereira de Melo, que inclui manutenção das fachadas, do número de pisos acima do solo e a reconstrução da cobertura.
A proposta, subscrita pelo vereador do Urbanismo, Ricardo Veludo (independente, eleito na lista do PS), será apreciada em reunião privada do executivo municipal.
De acordo com o documento, ao qual a agência Lusa teve acesso, o projecto apresentado pela proprietária do prédio composto por três edifícios situados na Avenida Fontes Pereira de Melo, Rua Martens Ferrão e Rua Andrade Corvo prevê também a “demolição de uma área construída com estrutura em lajes de betão” e a construção de dois novos edifícios.
Os novos edifícios serão construídos na Rua Martens Ferrão (sete pisos e aproveitamento da cobertura em sótão) e na Rua Andrade Corvo (seis pisos e aproveitamento da cobertura em sótão), dá conta a proposta, defendendo que “respeitam o alinhamento do plano marginal e apresentam uma composição de fachadas numa métrica simples e regular”.
Os cinco edifícios destinam-se maioritariamente ao uso habitacional, ainda que incluam áreas de serviços, acrescenta a Câmara Municipal de Lisboa.
“A presente operação urbanística prevê 22.896,45 m² de superfície de pavimento, dos quais 18.497,65 m² são afetos ao uso habitacional (136 fogos) e 2.272,95 m² destinados a serviços”, pode ler-se na proposta.
O Departamento de Planeamento Urbano da autarquia emitiu, em 28 de Junho, parecer favorável ao projecto “condicionado à necessidade de a operação urbanística assegurar a instalação de uma creche para 42 crianças” em alternativa à cedência de uma parcela para aquele fim.
Numa nota enviada às redações e à Câmara de Lisboa, o movimento cívico Fórum Cidadania LX transmitiu um “aplauso fervoroso” ao facto de a autarquia submeter para discussão “um novo projecto de alterações para o conjunto de edifícios abandonados da Avenida Fontes Pereira de Melo”.
“Não sendo o projecto ideal, porque, uma vez mais, estamos perante o esventramento do subsolo para efeitos de estacionamento automóvel, com a consequente impermeabilização do solo e uma maior presença de carros no centro da cidade, onde por sinal existem metropolitano e várias carreiras de autocarro, trata-se de um projecto que representa uma vitória para a cidade e para todos os que lutaram para que aquele conjunto singular da Avenida Fontes Pereira de Melo não fosse demolido”, salienta o movimento.
LUSA/DI