Alentejo: Após mais de 40 anos, a barragem do Pisão vai avançar
O Governo assina esta sexta-feira o contrato de financiamento com a Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA) para a construção da barragem do Pisão, no concelho de Crato (Portalegre), no valor de 120 milhões de euros.
A CIMAA revela que os 120 milhões de investimento já estão inscritos no Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).
O Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato, mais conhecido como barragem do Pisão, “é um dos maiores investimentos alguma vez realizados no Alto Alentejo e um projecto estruturante para o desenvolvimento e coesão do território”, destaca a comunidade intermunicipal.
A nova estrutura vai “beneficiar cerca de 110 mil pessoas nos 15 municípios” do distrito de Portalegre.
“O principal objectivo é garantir a disponibilidade de água para consumo urbano numa região com carências hídricas, mas também reconfigurar a actividade agrícola e criar oportunidades para novas actividades económicas, nomeadamente ao nível da agricultura, do turismo e no sector da energia”, assinala a CIMAA.
A barragem, cujo “projecto original data dos anos 40” do século passado, “teve os primeiros estudos em 1957 e avança agora, respondendo a uma necessidade antiga da região”, argumenta a CIMAA, presidida pelo autarca de Ponte de Sor, Hugo Hilário (PS).
No global, está previsto que o projecto envolva um investimento de 171 milhões de euros, dos quais 120 milhões foram inscritos pelo Governo no PRR, ficando de fora desta fonte de financiamento, cerca de 51 milhões de euros para construir uma central fotovoltaica flutuante, de 150 megawatts (MW).
Pronta em 2025 (?)
Em Abril, o presidente da CIMAA explicou à Lusa que, para assegurar a construção da central vai recorrer-se a “outro sistema de financiamento”, ou seja, a valência vai entrar “num leilão de energia”.
A CIMAA indicou à Comissão Europeia que as obras da barragem “estarão terminadas em 2025”, prevendo-se que “os projectos e estudos detalhados” fiquem prontos “até ao final deste ano”.
“Está prevista para 2022 a emissão da Declaração de Impacte Ambiental, bem como o estaleiro e os trabalhos preparatórios, incluindo a abertura de acessos”, acrescentou.
O projeto do Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato, na bacia hidrográfica do Tejo, contempla, entre outras componentes, a construção da barragem, uma central mini-hídrica, canais da estrutura de regadio para a agricultura ou sistema de abastecimento público de água.
O empreendimento, que prevê a submersão da pequena aldeia do Pisão, com 60 habitantes, já foi anunciado por três primeiros-ministros - Mário Soares, António Guterres e Durão Barroso -, mas continua por construir.
Segundo ainda a CIMAA, a construção da barragem do Pisão é “um dos maiores investimentos alguma vez realizados no Alto Alentejo e um projecto estruturante para o desenvolvimento e coesão do território”.
Lusa/DI