Abrantes: investimento de 6,7 M€ vai converter antigo mercado em espaço multiúsos
A Câmara Municipal de Abrantes vai investir 6,7 milhões de euros na reconversão do antigo mercado municipal em edifício multiúsos, tendo aprovado ontem o lançamento de um concurso público para a adjudicação da empreitada.
Em comunicado, aquela autarquia do distrito de Santarém, presidida pelo socialista Manuel Jorge Valamatos, diz que o projecto de reconversão do antigo mercado municipal de Abrantes em edifício multiúsos “propõe um espaço aberto para a realização de eventos, uma praça exterior, zonas pedonais e acesso facilitado ao edifício e à entrada no centro histórico da cidade, dotando-a de uma identidade urbana”.
O lançamento de um concurso público para a obra foi aprovado em reunião de Câmara, tendo contado com os votos favoráveis dos eleitos do PS e do vereador do PSD, e com o voto contra do vereador do Movimento ALTERNATIVAcom.
O preço base para a empreitada está fixado em 6,7 M€ [6.702.157,13 €], acrescido de IVA, sendo o prazo de execução de 1.020 dias.
A obra foi objecto de candidatura a fundos europeus, localizando-se dentro da Área de Reabilitação Urbana (ARU) do centro histórico de Abrantes, estando ainda “enquadrada nas estratégias de desenvolvimento territorial integrado”.
Da autoria de José Maria Cumbre & Nuno Sousa Caetano – Arquitectos, Lda., o projecto decorre na "perspectiva da sua reutilização como equipamento de resposta a uma nova realidade” e propõe “uma nova vivência para o edifício do antigo mercado municipal da cidade, permitindo a recepção de eventos de grande dimensão”.
No 1º andar, indica o município, “nascerá um espaço aberto (open space) vocacionado para a realização de iniciativas dirigidas para o público jovem, mas também para eventos expositivos, colmatando a ausência em Abrantes de um espaço com essas condições”.
O novo espaço, acrescenta, poderá acolher eventos como a Feira Nacional de Doçaria, feiras de artesanato e outras iniciativas para promoção das tradições da região ou eventos de cariz económico.
Ao mesmo tempo, acrescenta, “será criada uma praça exterior (...), zonas pedonais acessíveis em redor do edifício, linguagem arquitectónica consentânea com o parque do Vale da Fontinha, facilitando a mobilidade no acesso ao edifício (elevadores) e a entrada no centro histórico da cidade, dotando-a de uma identidade urbana”.
O edifício, no piso -1, terá um "espaço de recepção, uma cafetaria com esplanada exterior e uma sala polivalente de carácter mais intimista", com cerca de 320 metros quadrados (m²), "ao qual se terá acesso a partir da praça norte, que vai nascer em ligação à Avenida 25 de Abril".
Já “o piso -2 terá garagens que podem ser alugadas ou vendidas”, com a mesma nota a indicar que “os três pisos podem funcionar em complementaridade ou de forma autónoma”.
Citado na nota informativa, o presidente do município disse que esta “é uma grande obra de regeneração urbana” e que o investimento vem criar “um espaço multifacetado com capacidade de atracção de grandes eventos (...) valorizando este espaço de entrada no coração da cidade, potenciando o seu centro histórico”.
Manuel Jorge Valamatos associou o lançamento desta empreitada ao “momento de oportunidade de acesso aos fundos comunitários (PRR, ITI e Fundo de Transição Justa) para financiamento de grandes intervenções”, exemplificando com a edificação de habitação a custo acessíveis e a construção da nova Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA).
O processo não tem sido pacífico, com alguns populares e eleitos do ALTERNATIVAcom a protestarem pela decisão de alteração da finalidade original do edifício.
Lusa/DI