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Sustentabilidade

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95% das grandes empresas e 77,7% das PME's portuguesas vêem a sustentabilidade como oportunidade

12 de outubro de 2022

A maioria das Grandes Empresas (88,3%) e PME (53,4%) afirma que o CEO/ Comissão Executiva da sua empresa está alinhada e motiva a implementação da Agenda 2030, revela o 1º relatório do observatório dos objectivos de desenvolvimento sustentável (ODS) realizado às empresas portuguesas - uma iniciativa do Center for Responsible Business & Leadership da Católica-Lisbon em parceria com a Fundação BPI “la Caixa” e a Fundação Francisco Manuel dos Santos -  e que mediu e avaliou 60 grandes e 103 Pequenas e Médias Empresas Portuguesas.

De acordo com este relatório, 76,7% das Grandes Empresas indica ter algum conhecimento a um conhecimento detalhado dos ODS. 52,5% das PME indica ter algum conhecimento dos ODS. Conclui-se que as PME têm um conhecimento relativamente reduzido sobre este tema.

68,3% das Grandes Empresas e 47%6 das PME escolhem ODS que estão alinhados com a sua estratégia e fazem parte do seu core business. 18,3% das Grandes Empresas e 6,8% das PME indicam definir a sua estratégia de acordo com os ODS e suas ambições e afirmam que estas guiam a sua actividade.

O primeiro Relatório do Observatório dos ODS nas empresas portuguesas oferece uma visão sobre a implementação da Agenda 2030 no mundo, no nosso país e nas empresas portuguesas. Pretende ser o primeiro instrumento de acesso público, entre outros que se seguirão, no cumprimento da missão central deste projecto, que é que é acelerar o contributo do sector privado português para os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

Ao longo deste relatório foram exploradas temáticas tão abrangentes como a importância destes objectivos, a sua evolução a nível global e nacional e a sua adoção pelas empresas portuguesas.

De acordo com Filipa Pires de Almeida, responsável pelo Relatório dos ODS na Empresas Portuguesas e Deputy Director – Center for Responsible Business and Leadership, “conclui-se essencialmente que as empresas em estudo têm um alinhamento elevado com os princípios de desenvolvimento sustentável preconizados na Agenda 2030. No entanto, há ainda muito caminho a percorrer essencialmente na implementação dos ODS. Através dos questionários e entrevistas realizados junto de 163 Grandes e Pequenas e Médias empresas portuguesas, foi possível concluir que as motivações do setor privado para o seu envolvimento com os ODS são variadas. Prendem-se com motivações intrínsecas de ter impacto na indústria como líder na sustentabilidade e desenvolver mais negócio, mas também motivações extrínsecas, como o cumprimento da legislação. As principais barreiras identificadas estão associadas à falta de conhecimento sobre os ODS, à sua operacionalização, ao reporte dos ODS, bem como a falta de recursos para a sua aplicação. Por esta razão, a grande maioria das empresas portuguesas em estudo menciona “não estar onde gostaria de estar” quando comparam a sua ambição com o nível de implementação dos ODS. Apesar das Grandes Empresas portuguesas mostrarem um nível de envolvimento e reporte ODS considerável, o caminho das PMEs portuguesas está ainda no seu início”.

Esta realidade é também consequência de uma atitude mais ativa das Grandes Empresas face à Agenda 2030, que se espelha num maior alinhamento estratégico, maior comprometimento das Comissões Executivas e CEOS, bem como maior conhecimento dos ODS nestas empresas. Não obstante, a motivação das PMEs para um maior alinhamento com os ODS é clara, apesar da menor pressão legislativa que sofrem estas empresas nestas matérias.

Ainda de acordo com Filipa Pires de Almeida, “explorar cientificamente esta dicotomia poderá ser um tópico de interesse futuro. A análise da informação recolhida ao longo deste primeiro ano de projeto permite verificar que, apesar dos diferentes níveis de envolvimento com a Agenda 2030, tanto Grandes Empresas como PMEs têm desafios na implementação dos ODS. Estas conclusões, abrem caminho a um vasto panorama de trabalho científico e prático, necessário para que os ODS e a sustentabilidade sejam parte integrante das estratégias empresariais no nosso país. É, deste modo, que partimos para um segundo ano de projecto com a motivação de desenvolver um trabalho cada vez mais estreito com as empresas portuguesas: não só para que sejam líderes de sustentabilidade de Portugal para o Mundo, mas ainda para que desenvolvam negócios prósperos, na certeza de que a criação de valor para a sociedade é a sua melhor estratégia de negócio. Em tempos de instabilidade e incerteza quanto ao futuro da economia e da geopolítica mundial, as empresas enfrentarão, certamente, desafios inesperados. Adicionalmente, a evidência de que a exploração natural dos recursos tem limites, abre portas a novas formas de vida e novas formas de gestão empresarial. É nestes tempos desafiantes que os líderes se destacam, pela sua capacidade de sonhar e concretizar um mundo melhor, que todos ambicionamos alcançar. Este mundo melhor, onde ninguém é deixado para trás, onde as empresas prosperam em harmonia com a sociedade (ODS#8 e #9), onde todos somos iguais perante a lei, respeitando a dignidade individual (ODS#10), onde respeitamos o planeta e tudo o que nele existe (ODS#13, #14, #15), está já traçado na Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável, acordada entre países, empresas e sociedade civil, em setembro de 2015”.

A criação de um Observatório dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) nas empresas portuguesas surge numa altura crucial para a implementação da Agenda 2030 no país e no mundo. Estamos na chamada “Decade of Action”, assim denominada pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres - uma década de ação para acelerar o cumprimento dos ODS e atingir as suas metas em 2030.

Neste sentido, e tendo em conta o papel fulcral do sector privado no cumprimento desta Agenda para o Desenvolvimento Sustentável é premente compreender se, e em que medida, estão as empresas portuguesas efectivamente a adoptar esta Agenda, de forma a identificar potenciais barreiras à ação e oportunidades de melhoria. Assim sendo, e seguindo este compromisso, a Católica-Lisbon, em parceria com o BPI Fundação “la Caixa”, e a Fundação Francisco Manuel dos Santos lançaram este projeto em setembro de 2021.

O Observatório dos ODS nas empresas portuguesas, sendo um projecto totalmente inovador, promete ser um marco no estudo deste tópico em Portugal e no mundo.

Pode consultar o relatório AQUI