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Habitação by century 21

 

Habitação: subida dos preços continua a abrandar

4 de junho de 2019

O mercado residencial continua a perder dinâmica, registando em Abril um abrandamento quer na procura quer nas vendas, revelam os mais recentes resultados do inquérito mensal de confiança Portuguese Housing Market Survey, desenvolvido pela Confidencial Imobiliário e pelo RICS (Royal Institution of Chartered Surveyors). Não obstante a falta de oferta continuar a exercer alguma pressão sobre os preços, estes começam a evidenciar alguns sinais de estabilização.

Simon Rubinsohn, Chief Economist do RICS, confirma que “apesar do crescimento da Economia portuguesa ter ganho novo fôlego nos primeiros meses de 2019, o mercado de habitação parece estar a perder dinâmica”. Na perspectiva do economista, “uma vez que os níveis de confiança dos consumidores se mantêm relativamente sólidos, esta perda de dinâmica sugere que a influência de outros factores, tal como a capacidade financeira de acesso à habitação e a falta de oferta, pode estar a fazer-se sentir sobre a procura”.

Segundo revela Ricardo Guimarães, director da Confidencial Imobiliário, “quase todos os comentários dos inquiridos confirmam que os investidores estão mais cautelosos, procurando as melhores oportunidades, conscientes dos riscos da sobrevalorização. Os vendedores estão também a rever as suas expectativas em baixa, e alguns já estão a baixar os preços pedidos pelos seus imóveis. Alguns operadores consideram que o volume de novas casas em construção irá também colocar alguma pressão sobre os preços, especialmente no mercado de revendas. Ao mesmo tempo, apesar da descida nos novos créditos concedidos, os operadores sentem que as restrições de acesso ao crédito estão a limitar a procura potencial”.

 

O resultado do inquérito aos 150 profissionais inquiridos

Em termos da procura, o inquérito de Abril revela uma descida nas consultas por potenciais clientes — um saldo líquido de -7% dos inquiridos refere um declínio nas novas consultas e este é já o sétimo mês desde a última leitura positiva deste indicador. Ao mesmo tempo, as vendas acordadas desceram pelo segundo mês consecutivo a nível nacional, apresentando, quando desagregadas a nível regional, uma tendência de queda em Lisboa e no Algarve, mas mantendo-se estáveis no Porto. Relativamente às perspectivas de vendas para os próximos três meses, os inquiridos apresentam expectativas apenas marginalmente positivas para as três regiões.

Do lado da oferta, as novas instruções de venda (angariações) voltaram a cair em Abril, com um saldo líquido de -33% dos inquiridos a referir uma descida (esta é a leitura mais baixa desde Dezembro do ano passado). Apesar disso, o crescimento dos preços continuou a suavizar a nível nacional, e apenas um saldo líquido de +7% dos inquiridos reportou uma subida dos preços no período em análise (o saldo mais modesto em quatro anos).

Em termos regionais, os inquiridos reportaram uma estabilização dos preços em Lisboa e Algarve, embora no Porto tenham continuado a evidenciar um crescimento sólido. As expectativas para os próximos 12 meses continuam a ser revistas em baixa, com os inquiridos a esperarem agora um crescimento de preços um 1 ponto percentual abaixo do que registavam há apenas dois meses.